Rotidogui
Era uma cidade devotada ao cão quente. - não, não leia clarinete ou clarquente.
Sim, por onde caminhava, estava lá um pequeno canil, ou melhor, um treilher (sem inglesismos) empurrando salsicha(s) no povo, o qual diziam ser hábito sadio; e quanto mais o Sol escandaliza o Planeta, lá, vendia aos montões coca-cola e cachorro quente com quetichupi, mostarda e quando o bolso da moçada permitia - na data de vale, ou pagamento, ou final de ano - maionese. Nessas épocas, pipocavam um cachorrão com duas salsichas.
Embora bastante alterada em sua essência, é conhecido que a Natureza ainda guarda alguns mistérios e estações; e naquela tarde de verão, choveu tanto, mas tanto, que girafa tomaria água em pé. Tal fenômeno da Natureza, inundou a cidade quase inteira, afogando todos os pontos de venda de cachorro quente. Portanto, naquela tarde chuvosa, os cães quentes afogaram-se, todos; e não houve um, apenas um canil que saiu ileso do volume do poderio das enxurradas, as quais desciam aos torvelinhos.
E como o povo ficou? Bem, se não esquentaram o umbigo nas chamas dos fogões, ficaram no mato - digo n'água - sem cachorro. Assinado pelos cacadores, para uma farta e longeva caçada, nada melhor que um bom cão...; contudo, naquela tarde chuvosa, deu a caça.