Às Minhas Gatas
Minhas gatas. As infelizes morrem de medo de rojões, corrupção, sirenes, pancadão, tiroteios nos morros pelo tráfico, futebol e qualquer tipo de histeria.
Nessa passagem de verão para outono, a qual poluiram o ar com o que não sabem, a maneira encontrada para acalmá-las do impropério de discursos de falastrões, foi desligar a geladeira, televisão, computador, quebrar o home-teather, incinerar os falantes, mandar tudo para os raios que nos partam e por fim, botar meia em cada patinha delas, esquentá-las bem, cobri-las com um cobertor felpudo. Mas antes, prevendo o prolongada estiagem de bons modos, tafuiei-as debaixo da cama. Bem lá embaixo, no canto da parede.
Isso mesmo! Estão lá quietinhas e quentinhas, em quarentena. Como recomendado em Decreto Federal pelo Conselho dos Gatos, obedientes e disciplinadas, só saem um dia sim outro não, para fazer pipi e cocô na vasilhinha de areia. Exemplo de ambientalistas.
Falando com elas pelo Sapp, disseram que preferem continuar como estão, aliás, frizaram que estão, excelentemente bem; e se não eram amantes da bagunça, do caos e das latumias, depois dessa tempestade, muito menos.
Parabéns lindas, mudar conceitos, atitudes, velhos hábitos e comportamentos, é o maior desafio dos gigantes modernos que pensam um mundo diferente. Porém, a revolução conceitual de valores não deveria ser pelo medo da imposição, como está sendo feita, mas pelo respeito ao espaço coletivo; afinal, papai ensinou-lhes as boas maneiras de vivermos uma República Democrática de verdade, certo?
Bem, ademais, sabe meus amores: deixe que o Planeta se exploda lá fora. Paz e fiquem bem; assim terminanos o papo virtual diário.