Um tonto
Orestinho, antigo funcionário da Prefeitura, ganhava um conto de réis para capinar o mato entre os paralelepípedos das ruas da minha cidade. Quando lhe perguntavam quanto ganhava, respondia:
– Um tonto!
Sustentava a mãe com o seu trabalho. A mãe morta, ele já velhinho, quando ninguém mais sabia o que era um conto de réis, ainda levantava a enxadinha e, sem que lhe perguntassem nada, proclamava:
– Um tonto!