Pandemia
Maria, quase não dormia, só pensava, pensava....
Sentia medo o tempo todo. De repente tudo parecia ameaçador.
Ela, não podia tocar, não podia se enfeitar, nem um beijo no rosto podia dar.
Tudo era perigoso: a ida ao supermercado, ao trabalho, um simples passeio...
O tempo todo só fazia: limpar, lavar, limpar, lavar...
Adeus proximidade, encontros em família.
Até quem sabe quando, abraços apertados, conversas e
beijos acalorados...
Maria, refletia:
O que fez a humanidade, o que fiz eu Maria, para merecer tamanho castigo.
Ela, olhava sua filhas, tão pequeninas e falava para si mesma:
Será que elas estão fadadas a uma vida de escassez?
Maria, olhou para cima, e viu Deus, que estava distante, longe, longe...
Maria, não sabia mais falar com Ele, lembrou-se que de tempos distantes, onde podia olha-lo nos olhos. pois eram amigos muito próximos. Onde Ele era seu único socorro.
Ela sentiu vergonha, mas Ele a olhou com o sorriso amigo de sempre.