PANDÊMICO (microconto/tantinho terror – dedicado ao escritor Leandro Severo da Silva)

Homem com a boca aberta ilustração do vetor. Ilustração de cartoon ...


Mastigar, mastigar era só no que Leandro pensava, sua boca tinha fomes, digo fomes no plural mesmo, porque, não era só de alimento que sua fúria necessitava. Tinha febres de cio, mas, antes de finalizar o ato sempre tirava pedaços de suas vítimas às dentadas, então, nunca se satisfazia totalmente. Tinha fomes de torturas, mas, elas eram tão horríveis que suas vítimas morriam cedo demais para o seu gosto. Tinha fome de alimento também, era magro e forte, apesar da compleição  aparentemente franzina, comia como um glutão prestes a explodir e o excesso o fazia vomitar, era um eterno insatisfeito e para piorar, a sua maior fome era de provocar pavor, assustar aos desavisados, distraídos, mas, qual o quê, o pobre tinha uma cara desmontada pelo tempo e pelo descuido, passava mais por um pobre maluco urbano ou virava chacota na boca dos cretinos passantes nas ruas. Seus secretos feitos e fomes passavam despercebidos no caos instalado no mundo.




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Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 07/08/2020
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