O Vizinho Impõe Respeito
Estávamos, eu e um tomador de cachaça, desses intelectualizados que se mete a falar de tudo, aliás nunca soube quem foi o senhor doravante citado, mas se intitulava como Sócrates Brasileiro do Sertão de Santo Antônio da Cuia Grande, RGN, made in Brasil (orgulhosamente, fazia questão de se apresentar dessa maneira) papeando sobre as tragédias que estão ocorrendo de Norte à Sul, na porta do boteco.
O fulano com o bigode amarelado pelo urucum do macarrão dominical chama uma no peito, beija o escudo do Curintia e joga o resto no canto do balcão. De tanto bochechar uma, o santo já estava pra lá de Bagdá.
- as águas vão rolar, garrafa cheia eu não quero ver sobrar. - vez para outra, cantarolava uma voz na vitrola velha, marca Sonnata.
De repente cruza a rua uma boneca linda loura donzela, daquelas de parar o quarteirão. Com seu short de abas laterais atarracadas no fiofó, ( Sócrates, em vez de fiofó, prefere dizer Toba) moda estilo piriguete global, entrou no estabelecimento. Fritamos e comemos-a com os olhos. Maravilhoso tira-gosto, guisado extraordinário de fim de semana, imagino que ele tenha pensado.
Eu disse: "prefiro mil vezes isso, que ladrões e corruptos. Ao que ele respondeu: "também, mas isso aí rouba e faz uso de poder que só. Igual ela, ocê entra vestido e sai pelado. Mais: sem dentes e com as mãos abanando. Mas ainda prefiro esse tipo de ladroagem, que a honestidade dos políticos".
E saiu beijando o escudo, falando sozinho: "somos um bando de loucos. Loucos por ti Curintia"; e cuspindo o resto de cachaça pelo passeio afora. Exatamente o que o leitor pensou: mal educado, o politizado cachaceiro nem se despediu.
P.S.: lembrando, que mulheres grávidas estão proibidas de entrar nos States. Golpe de Estado, de nacionalidade, da prenhez de aluguel, só na Pátria Edu cão Dora.