O reencontro.
A mulher avisou para a sua menina que precisava de férias para ambas amadurecerem.
Após uma semana, sua intuição a avisou para retornar.
Encontrou a casa bagunçada com sua menina encolhida no canto do quarto escuro.
Abraçou-a com cuidado e jurou nunca mais a deixar.
Mas ambas sabiam que eram incompatíveis juntas.
A menina foi recebida sem dengo em seu desabafo.
Reclamou pela mulher não compartilhar de suas lágrimas, mas logo compreendeu sua razão de agir.
"Querida menina, - disse aquele som familiar- quando se cresce, o choro é substituído por curativo que mesmo ao sangrar não impede de andar bem calçada."
E após longa conversa, a mulher colocou sua menina para dormir com o compromisso de assumir as rédeas de sua vida.
Antes de adormecer, a menina direcionou para ela aquele olhar de quem vê além de qualquer máscara e se despediu dizendo que mesmo adormecida não mudaria sua essência.
A mulher a afagou e a lembrou que aquele era só um momento de descanso, em breve se reencontrariam.
A menina sorriu e cerrou seus olhos, contente por elas não terem deixado de identificar a presença uma da outra.