ALI

Podia estar muito errado...mas o som que vinha de lá...era o convite...

Andando nas pontas dos pés, aproximou-se.

Devagar inclinou a cabeça e os olhos se encaixaram na estreita fresta.

Havia muita luz, por isso as imagens ficavam indecisas.

Brilho por tudo, um iiiiiiiii fininho enrodilhado nas colunas.

E flores, muitas flores. Só não havia pessoas.

Entraria? Abriu a porta. Caminhou para o centro.

Boa madeira. A ara aberta. Deitou-se na mesa.

Abrasadas as velas, o silêncio dominou!

Voejaram as borboletas, todas.

Poderia dormir, como há muito não fazia.

Mas... resolveu morrer.

Olhou para o dentro, para o escuro de si. Não conseguiu!

As luzes não se apagavam. Não, não se apagavam, nunca!

Ficaria. Viveria para sempre. Ali.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 20/10/2015
Reeditado em 20/10/2015
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