Mobilidade Poética 

 

Nos doces caroços da poesia eu me acho

Nas doces sementes da poesia eu me lanço 

No doce de coco da poesia eu me derreto

Eu danço na poesia do fim ao recomeço.

 

As poesias são flores de cores fortes

Nas suaves encontram-se a minha sorte

Bebo da poesia como a beber cachaça do norte

Saboreio do seu tempero pra lá das pontes.

 

Quando jogo-me no mundo em roupa colorida

Sinto que a poesia deitasse em minha vida.

Ao nascer do sol e ao romper da lua

Veste meu ser quando estou a sentir-me nua.

 

Ela está nas árvores e no cantar dos pássaros,

Nos sorrisos, nos sonhos, nos abraços;

Na travessia da rua ao futuro que salto. 

Está no olhar que contempla os pequeninos.