Vastidão à toa
Em tudo consigo ver a poesia
No silêncio eu posso ouvir seu canto
À noite ela me vem ao som de um pranto
De manhã, vem cintilando à luz do dia
Ela engana, fingindo ser alegria
em fantasia, pra evitar o espanto
e, quando por fim, habita este recanto
ela já é do mundo, rima vadia
O universo de um poema é vasto
mas pode ser uma vastidão à toa
Pode vir com um conceito gasto
que o crítico amargo não perdoa
e chegar ao fim dos versos de arrasto
mas sempre imaginando ser de Pessoa