À Procura da Poesia

E de repente, ao meu redor

Ela, eu já não encontrava

Ainda achei que olhando melhor

Talvez em alguma fenda cava

Estivesse, de mim, a se esconder

Ela, que sempre me ludibriava

Aparecendo ao anoitecer

E na aurora já não estava

A ela dei um lar e alimento

Era, da minha alma, parte

Seu legado é só o meu desalento

Pelo seu cruel descarte

Talvez uma palavra ou gesto

Que eu não tenha dito ou feito

Fez ela me deixar como um resto

De projeto utópico e imperfeito

Talvez é uma palavra que castiga

Por deixar tamanhos espaços

O abandono é uma canção antiga

Por isso não seguirei seus passos

Mas ela sabe onde eu me abrigo

Ela me encontra a qualquer hora

Mesmo quando, já no jazigo

Onde minha mulher chora

Pois ela é a minha alma morta

E também minha dor e alegria

Ela é a própria luz do dia

Que das trevas me conforta

O seu nome, se te importa

Rima com tudo, é Poesia.

Marcelo Simas Pereira
Enviado por Marcelo Simas Pereira em 04/04/2022
Código do texto: T7487718
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