Palavras Não arranquem de mim as palavras Nelas me cabem os desejos, as verdades, Nelas rabisco os sonhos e alcanço as cidades. Também chego aos incrédulos e aos charlatães. Não me calem a boca, não me tirem o lápis Nem tão pouco o papel. Nele me eternizo, Nele faço a história virar um paraíso. Não tirem de mim a forte vontade acesa Não me farei arrogada nem de alma indefesa, Sade escrevia com sangue as suas certezas. Escrevo a liberdade de uma águia no cio, No seu voo a fugir do corvo, visão de Zeus Na sua transformação coragem e força anil.