Poema - O Mártir dos desajustados pt2

Poema - O mártir dos desajustados

pt 2

" Um homem que se apaixonou

Pelas pestilencias do mundo

Poderia algum dia

Perdoar a si mesmo?”

Nunca fui como os outros Poetas

Nunca escrevi sobre o amor

Tampouco fiz crianças sorrirem

Escrevi tão somente

Para os desgraçados

As putas, os viados, e as travestis

Nunca fui como os outros Poetas

Nunca escrevi sobre os Deuses

Tampouco os acalentei em orações

Escrevi tão somente

Para os desesperançosos

Para as bruxas perseguidas

Pela igreja

E para os Diabos expulsos

De paraisos dos quais foram

Condenados a viver

Na minha Poesia encontravam-se

As almas mais podres e imundas

De suicidas a viciados

Homens e mulheres sem fé

Ou razão para existir

Ali,

Nos recantos

Daqueles versos imundos

Estas almas econtraram o conforto

Que a vida os tirou

Conheci mulheres estupradas por

Homens santos

Travestis espancadas no meio fio

Crianças e adolescentes

Assombrados pela

Sua própria escuridão

E corações dilacerados pelo amor

Sempre estive ao lado das almas

Que assim como a minha

Foram condenadas ao inferno

Antes mesmo de terem nascido

Nunca fui amado como eram

Os outros Poetas

Nunca leram os meus livros

Em busca de paz

Tampouco recebi um único centavo

Por estas Poesias

Da vida recebi tão somente

As desgraças e as pestilencias

Estive ao lado de Pilatos

Na crucificação de Cristo

E nos braços de lucifer

Quando seu pai

O expulsou do Paraíso

Nunca fui como os outros Poetas...

Tudo que eu escrevi

Escrevi com sangue!

Nunca conheci o amor

Em sua forma mais pura

Somente as orgias e as prostitutas

Conheci a morte muito antes

Da vida me presentear

Com os seus sonhos

Mas sempre estive lá

Ao lado daqueles

Que assim como eu

Tiveram suas almas condenadas

Ao inferno

Muito antes

De terem nascido

- Gerson De Rodrigues

Gerson De Rodrigues
Enviado por Gerson De Rodrigues em 07/06/2021
Código do texto: T7273069
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