LABUTA
Não me digam
Que escrevem simplesmente,
Que dizem o poema
Sem pensá-lo sequer.
Que ele surge do nada.
É trabalhoso mourejar,
Um ofício de pedreiros,
Um fazer proletário,
Uma canseira que continuará amanhã.
Não me digam
Que se fazem poemas sem suores,
É "abater" um leão por dia.
Tenho as mãos como as de um lavrador,
Duras, gastas, cheias de poemas.
Tácito