LABUTA

Não me digam

Que escrevem simplesmente,

Que dizem o poema

Sem pensá-lo sequer.

Que ele surge do nada.

É trabalhoso mourejar,

Um ofício de pedreiros,

Um fazer proletário,

Uma canseira que continuará amanhã.

Não me digam

Que se fazem poemas sem suores,

É "abater" um leão por dia.

Tenho as mãos como as de um lavrador,

Duras, gastas, cheias de poemas.

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 14/12/2020
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