APELO DA IMAGINAÇÃO
Depois de escrito os versos
Escrevo o sentido.
Mãos postas em holocausto
Na súplica infinita de gestos
Sinto o despertar entrecortado
Da noite.
O sentido desabrocha
Como mistério fantasmagórico.
Temerário reconheço que existe
Desolação na implacável linguagem
De rosas suicidas,
Na hora da libertação final
As palavras sem rimas
Nem dimensão exata
São feitas para
O tamanho da comunicação.
Ando parado, esperando
O ressurgimento dos sentidos
Momentaneamente escondidos
Nas pétalas e nos abismos.
Vigilante, esperando os signos
Sinto que ainda brotam
Rebentos redivivos
De meus olhos carregados
De imagens reticentes.
Tácito