Óhhh céus imensos
de estrelas sem fim;
digam-me, por favor,
Vós que tudo vês:
O que será de mim
sem o meu amor...?
Acaso serão meus dias
solidão de mar bravio,
onde naufragam navios
e poemas desiludidos?
Serei odre seco e vazio,
desalento das águas
escuras dos rios;
Na loucura do amor
perdido?
Diga-me universo:
_ O que serão dos meus
versos? Questionamentos
desconexos,
Palavras em melancolia?
Tudo tão complexo!
Ai de mim, grande universo.
Triste a minha poesia.
Mas se nem mesmo
para os meus dias,
houver alento,
partirei nas asas do vento,
pousarei nos cata-ventos,
cantarei meu canto triste,
porquanto a vida
ainda existe!
...E mesmo que na tristeza,
este imenso sentimento
há de ter em mim beleza!
Nos cânticos madrigais,
Nas mariposas nos quintais
No amor que perpetua
a poesia, doce e nua,
nossa, sempre, a cada dia.