POESIA
Será a poesia o leão
que,
sendo admirado
pela “estranheza “ de sua selvageria,
avança cego
e abocanha
o naco da carne atenciosa do leitor,
e, no se fartar,
curva-se e dá-lhe
o pelo de sua doce juba?
Ou será a poesia
o cordeiro suave
que,
oferece seu construir-se
ao sacrifício
de ser queimado
na chama perfumada,
exalando ardor,
e calor
apenas ao pérvio, ao receptivo leitor?