POESIA

Será a poesia o leão

que,

sendo admirado

pela “estranheza “ de sua selvageria,

avança cego

e abocanha

o naco da carne atenciosa do leitor,

e, no se fartar,

curva-se e dá-lhe

o pelo de sua doce juba?

Ou será a poesia

o cordeiro suave

que,

oferece seu construir-se

ao sacrifício

de ser queimado

na chama perfumada,

exalando ardor,

e calor

apenas ao pérvio, ao receptivo leitor?

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 11/04/2018
Reeditado em 10/08/2018
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