... E o poeta retornou
levantou do pó
sacudiu a poeira das vestes
e voltou àquela sem a qual jamais poderá viver.
Ele não diz nunca o jamais
Que não tornará à fraquejar
Despencar faz parte do malabarismo
do circo da vida, mas o levantar está empregando
na alma do poeta, ele não se renderá.
Nem que os céus se fechem sobre seus olhos
Nem que o sol lhe negue o calor na pele
Nas trevas ele invocará o corvo
e cantará os versos sombrios de su'alma
Mas jamais negará os versos
Sua maior expressão de vida...
Retorna pois poeta!
Permita que as palavras bradem dentro de ti!
Canta o poema ainda não prescrito
Cava a terra em busca das águas mais puras
Garimpa teu ouro em meio a lama mais densa
Sê tu mesmo
Sê pouco
Sê muito
Sê nada
Sê o que és
Intenso
as vezes frágil
mas sê quem és: Poeta!
... E o poema deitará sobre o papel,
delatando a alma do bardo
que retornou das sombras mais densas.
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