Permitam que o poema se expresse
Deem-lhe céus abertos para voar
Deixem que esbraveje, brinque, ria, chore.
Não lhe imponhas formas ou tamanhos
Não lhe diga o que fazer,
aonde ir,
com quem ir ou em que alma pousar.
Deixem que o poema se liberte
Que seja mar revolto ou calmaria à tarde risonha
Que seja a panapaná sobre a margarida
ou o corvo negro sobre o umbral.
A poesia é linda e sagrada
Empresta-lhe apenas as tuas mãos
e deixe que as palavras tomem formas
Sem críticas enfadonhas
Sem métricas imperiosas
Sem rimas prescritas
Verás então que o poema surgirá dos confins do nada
e se dará à ti, generoso e terno,
e então saberás à que veio, poeta.
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