É intrigante
como o seu desapego
me inspira a inspiração nua.
Sabedora da sua distância,
sinto-o perto do verso.
Universo complexo.
Talvez uma morbidez
Um masoquismo velado
Até mesmo uma estupidez.
Mas o fato é que sabendo-te lonjuras,
faço de ti companhia
nas rendas do tempo.
Madrugadas de sonhos vigilantes
de onde te roubo num instante
para preencher as lacunas do poema.
És como o desespero da vida em agonia
A vastidão de toda melancolia
Da tua indiferença à minha poesia.
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