Tremulam medrosos os dedos
Resvalam pelo teclado ensandecidos
Buscando a palavra ainda não escrita
e que foge dos pensamentos como se fossem proscritos
São faces obscuras de um poema tão ansiado...
São folhas secas ao vento de um outono cheio de marasmo
Tardes que se perdem entre amaranhados de verbos
Entre substantivos alheios à razão da poesia
Entre uma poesia feia, insípida e inodora
Quem vai ler tal poesia?
Quem aterá seus olhos sobre ela uma segunda vez?
Todo o desencanto sobre ela se desnuda
Desavergonhada de uma nudez profana
Não finge alegria
Não finge festa
Não finge o verso!
Apenas se deita como uma vadia em lençóis emaranhados
Exposto à vergonha de não saber-se amada
Desejada pelas palavras bonitas...
Ninguém a aclamará
Ninguém para ela baterá palmas,
porque ela é o que é:
Uma poesia feia num poema mal escrito.
Resvalam pelo teclado ensandecidos
Buscando a palavra ainda não escrita
e que foge dos pensamentos como se fossem proscritos
São faces obscuras de um poema tão ansiado...
São folhas secas ao vento de um outono cheio de marasmo
Tardes que se perdem entre amaranhados de verbos
Entre substantivos alheios à razão da poesia
Entre uma poesia feia, insípida e inodora
Quem vai ler tal poesia?
Quem aterá seus olhos sobre ela uma segunda vez?
Todo o desencanto sobre ela se desnuda
Desavergonhada de uma nudez profana
Não finge alegria
Não finge festa
Não finge o verso!
Apenas se deita como uma vadia em lençóis emaranhados
Exposto à vergonha de não saber-se amada
Desejada pelas palavras bonitas...
Ninguém a aclamará
Ninguém para ela baterá palmas,
porque ela é o que é:
Uma poesia feia num poema mal escrito.