O CANTO

Canta o Uirapuru no galho da castanheira

Canta a virgem de saudade do mancebo

Canta o amante em fiel segredo

Canto eu meus versos

Espalho-os pelo universo

Sem pretenção de ser poeta

Vou em linha reta e

apenas canto...

... E por onde anda meu encanto?

Perdeu-se em algum canto

Das noites mal dormidas

Do beijo que não veio

Do jardim sem floreio

Da dor do desengano

Do desamor cruel e profano.

Canto eu em poesia

Adormece a agonia

Engana a noite fria

Palavra oca e vazia!

E ainda canta o passarinho lá do alto do arvoredo

... Canto eu todo o meu medo

neste poema mal rimado, cansado e

de feio enredo.

Elisa Salles ( Elisa Flor)
Enviado por Elisa Salles ( Elisa Flor) em 15/12/2017
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