Dialogismo do poeta e seu chá
Tu que te moves em ritmo lento
apenas te moves a cada beijo.
E o chá como a onda revolta
retruca imperioso, suberano.
Eu sei que não buscais senão
poesia, como o sol ao céu,
o ouvido ao som e o amor
as almas dependentes.
Tu como te atreves?
não és nem transparente!
apenas refletes a minha imagem
insolente e desconfigurada.
Imagem esta que a tanto não sabe
onde ir, que já se misturou
ao pó da estrada. Não
mais defines poesia.
E a mão trêmula e sofrida,
deu seu último suspiro
e adeus vida! tudo apagado,
nem chá e nem poeta, apenas poesia!