O Mistério da Aceitação e

 da Rejeição do Evangelho

 

Se é conhecido de antemão por Deus, que muitos rejeitarão ao evangelho, por que então ele ordena que seja anunciado a todas as pessoas sem exceção?

Nós temos uma resposta para isto na Parábola da Grande Ceia, ou das Bodas, em que nosso Senhor Jesus Cristo ilustra de modo bastante abrangente todos os motivos para que haja tal pregação universal do evangelho.

 

Primeiro, antes de tudo, que ele começaria a ser anunciado aos judeus, em cumprimento à promessa da Aliança com eles profetizada nas Escrituras.

Como a grande maioria dos primeiros destinatários rejeitaria o convite à salvação por Jesus para que por fim pudessem ser achados nas Bodas do Cordeiro, em que se consolidará para sempre o seu casamento com a Igreja formada por todos os que foram santificados pelo Espírito, e  são os únicos que recebem a veste branca que representa a justiça do próprio Cristo com a qual são vestidos, então o convite seria estendido às nações pagãs, chamadas de incircuncisão, ou seja, daqueles que não são da descendência de Israel por nascimento natural; não significando entretanto, que todos aceitariam ao convite do evangelho para participarem das Bodas do Cordeiro.

 

Entretanto, nenhum seria rejeitado por Deus por pior que fosse a sua condição neste mundo, desde que estivessem dispostos a receber a veste da justiça de Cristo com a qual são justificados e santificados, pois se fosse possível a alguém entrar no Reino do Céu, sem a referida veste, ele seria imediatamente reconhecido e expulso de lá.

Como o convite é endereçado a todos, tornam-se indesculpáveis diante do Senhor, todos aqueles que o rejeitarem, por mais que possam parecer plausíveis as possíveis desculpas e justificativas que apresentarem para não obedecerem à chamada da salvação.

 

“1 De novo, entrou Jesus a falar por parábolas, dizendo-lhes:

2 O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho.

3 Então, enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas; mas estes não quiseram vir.

4 Enviou ainda outros servos, com esta ordem: Dizei aos convidados: Eis que já preparei o meu banquete; os meus bois e cevados já foram abatidos, e tudo está pronto; vinde para as bodas.

5 Eles, porém, não se importaram e se foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio;

6 e os outros, agarrando os servos, os maltrataram e mataram.

7 O rei ficou irado e, enviando as suas tropas, exterminou aqueles assassinos e lhes incendiou a cidade.

8 Então, disse aos seus servos: Está pronta a festa, mas os convidados não eram dignos.

9 Ide, pois, para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes.

10 E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.

11 Entrando, porém, o rei para ver os que estavam à mesa, notou ali um homem que não trazia veste nupcial

12 e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui sem veste nupcial? E ele emudeceu.

13 Então, ordenou o rei aos serventes: Amarrai-o de pés e mãos e lançai-o para fora, nas trevas; ali haverá choro e ranger de dentes.

14 Porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” (Mateus 22: 1-14)

 

“15 Ora, ouvindo tais palavras, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado aquele que comer pão no reino de Deus.

16 Ele, porém, respondeu: Certo homem deu uma grande ceia e convidou muitos.

17 À hora da ceia, enviou o seu servo para avisar aos convidados: Vinde, porque tudo já está preparado.

18 Não obstante, todos, à uma, começaram a escusar-se. Disse o primeiro: Comprei um campo e preciso ir vê-lo; rogo-te que me tenhas por escusado.

19 Outro disse: Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las; rogo-te que me tenhas por escusado.

20 E outro disse: Casei-me e, por isso, não posso ir.

21 Voltando o servo, tudo contou ao seu Senhor. Então, irado, o dono da casa disse ao seu servo: Sai depressa para as ruas e becos da cidade e traze para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos.

22 Depois, lhe disse o servo: Senhor, feito está como mandaste, e ainda há lugar.

23 Respondeu-lhe o Senhor: Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a minha casa.

24 Porque vos declaro que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.” (Lucas 14: 15-24)

 

Muitos pensam que a parábola se refere ao recebimento de uma veste nupcial apenas no dia em que forem celebradas as bodas do Cordeiro logo após o arrebatamento da Igreja, todavia como a veste se refere à justiça de Jesus, tantas vezes referida nas Escrituras,  com a qual somos vestidos desde a nossa conversão inicial ao Senhor,  em cuja posse estaremos para sempre, pois do Senhor é referido pelo profeta Jeremias, ser Ele próprio a nossa justiça, ao se referir a Ele como Senhor Justiça Nossa; e o apóstolo Paulo afirmar expressamente que não vivia por sua justiça própria, mas pela de Cristo, com a qual somos justificados mediante a fé nEle; e o próprio Jesus, em Apocalipse exortando a Igreja de Laodicéia a adquirir a veste branca da Sua justiça para cobrir a nudez deles.

Dentre tantas outras passagens, somos ensinados que de fato, esta veste deve ser e é adquirida ainda quando estamos neste mundo, pela qual somos habilitados a participar do grande banquete espiritual que Deus está nos oferecendo através do convite do evangelho.

 

Veja que os laodicenses estavam em sua grande maioria desprovidos da veste de justiça de Jesus, e é provável que alguns deles a tivessem colocado de lado, por suas más obras e falta de um andar no Espírito, pelo que foram exortados a estarem sempre vestidos andando na retidão do Senhor, para que não fossem achados nus espiritualmente em Sua presença, pois isto impede a comunhão com Ele.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/11/2023
Reeditado em 03/12/2023
Código do texto: T7942161
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