Uma Nova Aliança, mas Eterna

 

 

“13 Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),

14 para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido.” (Gálatas 3: 13,14)

 

Jesus deveria portanto, ser um israelita segundo a carne em razão da promessa feita a Abraão, e cumpriria seu ministério inicialmente em Israel, mas no momento em que a Nova Aliança fosse iniciada com Sua morte na cruz, e firmada com o sangue que Ele derramou; a promessa de ser o abençoador de todas as nações e não somente de Israel passaria a ter cumprimento desde então, especialmente a partir do dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo começou a ser derramado para a salvação até aos confins da Terra.

“26 Enquanto comiam, tomou Jesus um pão, e, abençoando-o, o partiu, e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.

27 A seguir, tomou um cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: Bebei dele todos;

28 porque isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados.” (Mateus 26: 26-28)

 

Entendemos assim, que são participantes da nova aliança somente aqueles que se alimentam do corpo e bebem do sangue de Jesus, ou seja, aqueles que têm uma real participação em unidade vital e espiritual com Ele, através da justificação pela graça mediante a fé, para que possam ser regenerados e santificados pelo Espírito Santo.

Quando Deus falou através do profeta Jeremias sobre esta nova aliança, o Reino do Norte já havia sido espalhado pelas naçõe,s pelos assírios em 722 a.C., e o Reino do Sul estava sendo levado para Babilônia, em 587 a.C., nos dias do profeta; então a profecia tem também o propósito de animar os judeus a crerem, que não haviam sido abandonados completamente por Deus, pois Ele faria uma Nova Aliança com um remanescente daquela nação, pela qual seus pecados e transgressões cometidos sob a antiga seriam perdoados e esquecidos, por causa desta Nova Aliança feita através de outro Mediador, que responderia por tudo o que fosse necessário no Pacto, para que tendo feito uma total satisfação da exigência da justiça divina, quanto ao exato cumprimento da Lei, poderia ser Ele próprio a redenção, a justiça, a sabedoria e a santificação de todos aqueles que fossem salvos por meio da fé nEle.

 

Foi com base nos termos desta Nova Aliança, fundamentada na graça e fé no Messias, na Semente bendita da mulher que esmagaria a cabeça da Serpente, que o próprio Abraão, Moisés, e todos os que foram salvos nos dias do Antigo Testamento foram reconciliados com Deus, não pelo estrito cumprimento da Lei, porque não há quem não peque, inclusive os maiores santos; de modo que pelo cumprimento da Lei, ninguém pode ser salvo da condenação eterna, senão somente pela graça e mediante a fé em Jesus.

“Não ensinará jamais cada um ao seu próximo, nem cada um ao seu irmão, dizendo: Conhece ao SENHOR, porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o SENHOR. Pois perdoarei as suas iniquidades e dos seus pecados jamais me lembrarei.” (Jeremias 31: 34)

“Todos os teus filhos serão ensinados do SENHOR; e será grande a paz de teus filhos.” (Isaías 54: 13)

 

Referindo-se a estas profecias Jesus disse:

“44 Ninguém pode vir a mim se o Pai, que me enviou, não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.

45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a mim.” (João 6: 44,45)

 

E o apóstolo João disse:

“Quanto a vós outros, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não tendes necessidade de que alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina a respeito de todas as coisas, e é verdadeira, e não é falsa, permanecei nele, como também ela vos ensinou.” (I João 2: 27)

 

O que temos aqui, nada mais é do que a verdade de que Deus sempre salvou pela graça, mediante a fé, e pela revelação espiritual que faz de Si mesmo a todo pecador que se converte, por atraí-lo a Jesus Cristo,  convencendo-o do pecado pelo Espírito Santo, justificando-o, regenerando-o, e santificando-o pelo mesmo Espírito, de modo que uma pessoa para ser convertida, não precisa conhecer em profundidade tudo o que diz respeito à obra de salvação que Jesus realizou em seu favor, pois Deus salva com base nesta obra, porém não está amarrado ao conhecimento daquele que será convertido, para poder agir.

 

Veja o exemplo do ladrão que morreu na cruz ao lado de Jesus. Veja o caso de John Wesley que pregou o evangelho, viajando inclusive em ação missionária sem que, no entanto tivesse ainda nascido de novo do Espírito, conforme seu próprio testemunho; o que veio a ocorrer somente depois de uma experiência que teve junto aos crentes morávios.

Todo o conhecimento que ele tinha das Escrituras não poderia realizar o que somente o próprio Deus deveria fazer, dando-lhe um novo coração de carne no lugar do coração de pedra.

 

Evidentemente, é necessário crescer na graça e no conhecimento de Jesus, para a santificação, depois da conversão inicial. E muito ajudará para este propósito, um aprofundamento no aprendizado das Escrituras, mas sempre será por um conhecimento experiencial do próprio Jesus, em espírito, que o progresso em santificação ocorrerá.

 

Um bebê é cuidado, protegido, alimentado e conduzido pelos pais até atingir a maioridade. E, na fase de crescimento inicial, para sobreviver, nada precisa saber do que é necessário para seu desenvolvimento, pois tudo é feito pelos pais.

O mesmo se dá com o novo nascimento espiritual. Tudo o que é necessário para o crescimento do novo convertido já foi realizado, e se encontra ao seu dispor na plenitude de Jesus Cristo, da qual lhe é fornecido tudo quanto necessita. E, isto é feito independentemente do quanto conheça ou não sobre esta plenitude.

Está lá. É real. E é operado por Deus, conforme as suas necessidades.

A aliança entre Deus Pai e Deus Filho foi feita antes mesmo da fundação do mundo, e o Cordeiro que tira o pecado do mundo foi crucificado desde então, no propósito e no coração daquela aliança, de modo, que Sua obra;  sobretudo o Seu sacrifício expiatório pudesse alcançar pecadores a partir do próprio Adão.

 

Abraão foi justificado dessa forma, cerca de 400 anos antes da Lei ter sido dada a Israel, pela mediação de Moisés - antes dele, Noé, Enoque e muitos outros também foram assim justificados, e salvos por Deus.

O temor deles a Deus, e o amor que tinham à Sua vontade, fez com que o Senhor se revelasse a eles e os salvasse.

Assim, todo aquele a quem for dado tal conhecimento, pelo próprio Deus, de seu Filho, a quem elegeu para ser o Senhor e o Salvador de pecadores em todo o mundo, e em todas as épocas, será justificado e salvo por Ele.

 

 

 

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 07/04/2023
Reeditado em 22/12/2023
Código do texto: T7758117
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