Os erros.nossos de cada dia.
Benditos sejam nossos lapsos, que não replicados, levam-nos ao aprendizado;
Benditos os nossos tropeços, pois mudam a velocidade da marcha e nos tornam vigilantes,
Benditos todos os enganos, dos quais desabrocham em bonanças e oásis os desenganos;
Benditas as vigílias fúnebres, que nos faz meditar sobre o valor da vida;
Benditos os infernos, que prometem nos queimar, pois nos endireitam o juízo;
Benditos os nossos medos, que nos são azimutes e eficientes freios;
Benditas as nossas quedas a livrar-nos dos caprichos e do egotismo;
Benditas as falsidades que nos fazem, arrependidos, tatear sempre a verdade;
Benditas as incertezas que nos levam à humildade e à resiliência…
Benditas as nossas dores e padecimentos a nos forjarem o aventureiro espírito…
Benditas as provações que, com dignidade vencidas, nos elevam;
Benditos os que se esforçam pelo acerto e os que se arrependem;
Malditos são os lamentos, maldita é a vitimização;
Maldita é a teimosia, assim como o é a avareza;
Malditos são a inflexibilidade e a insensatez;
Maldita é a indecisão, malditos são os mornos…
Há erros degustáveis e os indigestos e ambos devem ser devidamente mastigados e engolidos,
São nossas escolhas e nos cabe refletir se repetimos ou não a lauta refeição…
Benditas as farturas, nas mãos dos que dividem;
Benditas as espadas, a brandirem pelas mãos dos justos;
Bendita é a morte da carne, para que o espírito se recomponha;
Bendito seja o nosso planeta, onde convergem e divergem todas as certezas,
Onde somos levados a nos alar e planarmos no equilíbrio entre a sabedoria e a moral.
Bendita a nossa soberana consciência, eterna aprendiz do comportamento ante o livre arbítrio.
Benditos são os nossos jugos, a nos lapidar, tornados suportáveis, pelo inefável e eterno amor de Cristo por nós!.