Quem é Digno de Participar da Ceia do Senhor

 

Somente os que estão se sentindo fortes na fé e com pleno domínio sobre suas fraquezas, são os que são dignos de participar do santo sacramento que o Senhor ordenou aos crentes?

Se assim fora, muitos crentes seriam excluídos de tal participação, pois vejamos:

Não há impedimento de vir à Santa Ceia, caso o crente encontre um coração desfalecido dentro dele; que encontre um corpo de morte oprimindo-o, e repousando sobre ele quando cumpre este dever.

 

A razão é esta, porque a alma (às vezes) quando está mais incomodada, e o coração está mais desfalecido, então verdadeiramente no estado de recebimento da graça, também anda mais humildemente diante de Deus, trabalha para depender, busca muito mais por sua misericórdia, e luta com mais sinceridade contra suas corrupções.

Tudo isto argumenta, que o crente está profundamente interessado no amor de Deus, e tem um interesse, em grande medida, pelo Senhor Jesus Cristo e sua Aliança, e assim, consequentemente para o sacramento da Ceia.

Ouso dizer, que os piores serviços de um homem cristão para seu próprio sentido e apreensão, encontram a maior aceitação de Deus.

As funções mais pobres para o desempenho exterior, às vezes são as mais perfeitas.

Por que?

Porque o coração é mais humilhado por si mesmo, então ele vê mais necessidade de Cristo, e também almeja socorro e alívio de Cristo nisso.

Em suma, como ampliações de coração, grande liberdade, intolerância e suficiência muitas vezes para o dever é frequentemente acompanhada com a maior parte da falsidade, pelo menos sábia carnalmente, com o maior orgulho e arrogância de coração; então a morte, a fraqueza, a indelicadeza, a inabilidade, é muitas vezes acompanhada de maior humildade, da mais quebrantada, da maior negação de si mesmo, e com maior sinceridade na aprovação do coração por Cristo.

 

É aqui, que se encontra o grande e aparente paradoxo que há na vida cristã, pois ao mesmo tempo que se exige esforço, perfeição e santificação para se entrar no Reino dos Céus, impõe-se humildade e quebrantamento de espírito, em reconhecimento de nossa própria incapacidade para agradar a Deus, de maneira que a grandeza e força que são requeridas por Ele, ao crente, não são da mesma natureza daquela que o mundo busca e aplaude, pois tem a ver com se gloriar na própria fraqueza para que se possa receber graça e força da parte de Deus, assim como o apóstolo Paulo o expressou em sua experiência com o espinho na carne, em 2 Coríntios 12.

 

Assim, o nosso maior esforço para entrada no Reino consiste em negar a nós mesmos, e carregar paciente e diariamente a nossa cruz para podermos seguir a Jesus, confiando inteiramente nEle para tudo que devemos ser e fazer para o agrado de Deus Pai.

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 07/01/2023
Reeditado em 23/10/2023
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