Citações de William Gurnall 23

 

O apóstolo tendo mostrado o que os inimigos do santo não são, carne e sangue, homens frágeis, que não podem vir senão eles são vistos, os quais podem ser resistidos pelo poder do homem ou deles se escapar pela fuga; agora ele o descreve positivamente, 'contra principados, contra potestades,' etc. Alguns pensam que o apóstolo por esses diversos nomes e títulos, pretende estabelecer as ordens distintas, pelas quais os demônios são subordinados uns aos outros; então eles fazem o diabo, verso 11, para ser o chefe ou monarca, e estes, verso 12, tantas ordens
inferiores, como entre os homens há príncipes, duques, condes etc., sob um imperador. Que existe uma ordem entre os demônios não pode ser negado. A Escritura fala de um príncipe dos demônios, Mat. 9:34, e do diabo e seus anjos, que com ele caíram de seu primeiro estado, chamados de seus anjos, como provavelmente é concebido, porque um acima do resto (como a cabeça da facção), atraiu consigo multidões de outros para o seu partido, que com ele pecaram e caíram. Nós vemos em Daniel sendo citados os principados e potestades da Pérsia, e da Grécia, o chamado Gogue em Ezequiel 38, principado de Rôs, Meseque e Tubal, e o principado que é o rei do abismo chamado de Apolion ou Abadon em Apocalipse.

Primeiro, então, o diabo ou a matilha inteira deles são aqui descritos por seu governo neste mundo - principados.

Segundo, por sua força e pujança, chamados de poderes (potestades).

Terceiro, em seu reino ou territórios apropriados - governantes das trevas deste mundo.

Quarto, por sua natureza em sua substância e degeneração - maldade espiritual.
Quinto, pela base da guerra - nos lugares celestiais ou sobre as coisas celestiais.
 

Principados. O termo principados é aqui usado no abstrato para o concreto; isto é, como que tem um principado. Então, Tito 3: 1, devemos estar sujeitos a principados e potestades, isto é, príncipes e governantes.

Nós lutamos contra príncipes, que alguns terão para expressar a eminência de sua natureza acima do homem; isso como o estado e espírito dos príncipes é mais elevado acima dos outros - grandes homens têm grandes espíritos - como Zebah e Zalmuna para Gideão, perguntando quem eram eles que mataram em Tabor; 'Como tu és', dizem eles, 'assim eram eles, cada um se parecia com os filhos de um rei', isto é, pela majestade e presença de uma raça principesca; então eles pensam, a eminente natureza dos anjos é aqui pretendida, que estão tão acima do mais alto príncipe, como ele acima do mais vil camponês.

Mas porque eles
 

Satanás é um grande príncipe. O próprio Cristo o denomina de 'príncipe deste mundo', João 14:30. Príncipes têm seus tronos onde se sentam em estado; Satanás tem seu - tu habitas onde Satanás tem seu trono, Apoc. 2:13; e que tal, como nenhum príncipe terrestre pode se comparar com ele.

Satanás tem o coração de todos os seus súditos.
Príncipes têm sua homenagem e honra peculiar feitas a eles. Satanás é servido sobre os joelhos de seus súditos; dos perversos é dito adorarem o diabo, Ap 13: 4.

Nenhum príncipe espera uma adoração como ele; nada menos do que a adoração religiosa em servi-lo. De Jeroboão é dito ordenar sacerdotes para demônios, II Cr. 11:15; e, portanto, ele Satanás não é apenas chamado o príncipe, mas o deus deste mundo, porque ele tem o culto de um deus dado a ele.

Príncipes, como são absolutos, têm um poder legislativo, não, sua própria vontade é sua lei, como hoje na Turquia, onde suas leis estão escritas em nenhuma outra tábua senão no peito do orgulhoso sultão. Assim, Satanás dá a lei ao pobre pecador, que é amarrado e deve obedecer, embora a lei seja escrita com seu próprio sangue, e a criatura não tenha nada além de condenação para cumprir a luxúria do diabo. É chamada de 'lei do pecado', Rom. 8: 2, porque vem com autoridade.

Príncipes têm seus ministros de Estado, a quem contratam para a segurança e expansão de seus territórios; então Satanás, que propaga seus desígnios amaldiçoados, e portanto lemos sobre 'doutrinas de demônios', I Tim. 4: 1 2.
Príncipes têm seus segredos de governo, que ninguém conhece, exceto alguns favoritos em quem eles confiam. Assim o diabo tem seus mistérios de iniquidade e profundezas de Satanás, lemos, que todos os seus súditos não conhecem, Apocalipse 2:24; estas são transmitidas a alguns favoritos, como Elimas, a quem Paulo chama de 'cheio de sutileza e filho do diabo'; tais, cujas consciências são tão depravadas, que não têm escrúpulos dos mais horríveis pecados.
Alguns são mais filhos do diabo do que outros. Cristo teve seu discípulo amado; e Satanás aqueles que estão em seu próprio seio, e sabe o que está em seu coração. Em suma, os príncipes têm seu tributo e costume; então Satanás tem os dele.

 

Como Satanás se tornou esse príncipe?
Resposta: Não legalmente, embora ele possa mostrar uma reivindicação justa.

Ele roubou o coração de Adão de Deus no início, e não faz melhor até hoje.

A conquista de Cristo é boa, porque o terreno da guerra é justo - para recuperar o que era seu; enquanto Satanás não pode dizer da criatura mais mesquinha, 'É minha.'
Satanás pode reivindicar seu principado por eleição. É verdade que ele veio por engano, mas agora ele é um príncipe eleito, pela voz unânime da natureza corrupta. 'Vós sois de vosso pai o diabo', disse Cristo, 'e fareis as suas concupiscências.'Mas isso também contém uma falha, pois o homem, pela lei da criação, é súdito de Deus e não pode renunciar ao direito de Deus; por causa do pecado, ele perde seu direito em Deus como protetor, mas Deus não perde seu direito como soberano. O pecado incapacitou o homem para guardar a lei de Deus, mas não o liberta ou desobriga por não precisar guardá-la.
Mas por que Deus permite que esta criatura apóstata exerça tal principado sobre o mundo?
Como um ato justo de vingança sobre o homem, por se revoltar contra o doce governo de seu legítimo Senhor e Criador. É assim que Deus pune a rebelião: 'Porque não me quisestes servir com alegria, na abundância de todas as coisas, portanto, servireis a vossos inimigos com fome', etc. Satanás é um rei dado na ira de Deus.

Além disso, pelo permissão da existência do mal no mundo, Deus pode exercitar seus filhos na fé e purificá-los na piedade, pela resistência que têm que fazer ao mal.