A Santidade se Parece com Obediência

aos Mandamentos de Deus

 

Soa bastante espiritual dizer que Deus está interessado em relacionamentos, não em regras, mas isso não é bíblico.

Do início ao fim, a Bíblia está repleta de mandamentos. Eles não visam sufocar o relacionamento com Deus, mas sim protegê-lo, selá-lo e defini-lo.
Jamais se esqueça; primeiro Deus livrou os israelitas do Egito, depois  lhes deu a lei. O povo de Deus não foi redimido pelo observar da lei, mas para que pudessem observar  a lei.

“Ora, sabemos que o temos conhecido por isto: se guardarmos os seus mandamentos”. (1 Jo 2: 3)

 

Podemos passar o dia falando de nosso amor por Deus, mas se não obedecermos os seus mandamentos somos mentirosos e a verdade não está em nós (v. 4). Se amarmos a Jesus, obedeceremos a sua Palavra. (João 14: 23)
Semelhantemente, se você ama sua esposa, você manterá seu voto de fidelidade a ela enquanto ambos forem vivos.

A exigência de fidelidade sexual não perverte o relacionamento matrimonial; antes, o promove e o realça. Da mesma forma, os mandamentos de Deus nos são dados como meios da graça, de forma que possamos crescer em piedade e demonstrar amor a ele.
A norma para a santidade é a lei, em especial, os Dez Mandamentos. Os cristãos nem sempre concordam em como enxergar a lei (algo que tratarei em maior detalhe no próximo capítulo), mas historicamente a igreja colocou os Dez Mandamentos de suas instruções para o povo de Deus, especialmente para os filhos e novos crentes. Durante séculos a fio, a instrução de discipulado (catequese) tem se baseado em três coisas: o Credo Apostólico, o Pai Nosso, e os Dez Mandamentos.

Se é seu desejo conhecer o "be-a-bá" da fé cristã, essas são as três coisas a serem aprendidas. E, se você quer aprender a viver vida santa, você seguirá a lei de Deus resumida nos Dez Mandamentos.
 

É possível que você encare os Dez Mandamentos como um exercício doloroso de memorização para quem tem cinco anos de idade, mas as “Dez Palavras” (ou Decálogo) de Êxodo 20, são centrais à ética do Novo Testamento.

Para Jesus, tanto quanto para os apóstolos, os Dez Mandamentos se constituíam num resumo básico para as intenções éticas, para todos, em todo lugar.

Quando o jovem rico perguntou a Jesus o que precisaria fazer para herdar a vida eterna, Jesus respondeu: “Sabes os mandamentos”.

E aí, Jesus relacionou os mandamentos da chamada segunda tábua da lei. (Mc 10: 19)

O único mandamento “horizontal” que ele não mencionou foi “não cobiçarás”; isso porque Jesus quis expor a ganância daquele jovem.

Convenhamos, Jesus se utilizou da lei naquele momento mais por causa de seu poder de trazer convicção, do que por qualquer outro motivo, mas ainda assim mostra o lugar dos Dez Mandamentos tido como resumo da vontade de Deus. (conf. 1 Tm 1: 8-11)
 

Encontramos a mesma coisa em Romanos 13: 9, onde Paulo repete de memória quatro mandamentos e faz referência a “qualquer outro mandamento”.

O que é surpreendente é que no versículo 8 Paulo diz:

“A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vois ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei”.

Aí, ele vai para os Dez Mandamentos. Obedecer aos mandamentos é a maneira como cumprimos a lei do amor, e o amor está no cerne da santidade. (v. 10)

Se você se importa em relação ao amor, você amará obedecer os Dez Mandamentos.
 

A Santidade se Parece com Semelhança a Cristo

Se a santidade se parece com o restaurar da imagem de Deus em nós, nesse caso não deveria nos surpreender que a santidade também se parece com semelhança a Cristo, pois Jesus Cristo é a imagem do Deus invisível (Cl 1: 15) - é a expressão exata do seu ser. (Hb 1: 3)

O objetivo completo da nossa salvação é que sejamos conformados à imagem do Filho de Deus. (Rm8: 29)
Vemos em Jesus o melhor, mais prático e mais humano exemplo do que significa ser santo.

Ele é o nosso modelo de amor (Jo 13: 34), nosso modelo de humildade (Fl 2: 5-8), nosso modelo para enfrentarmos a tentação (Hb 4: 15), nosso modelo de firmeza em meio ao sofrimento (1 Pe 4: 1-2), e nosso modelo de obediência ao Pai (Jo 6: 38; 14: 31).

 

Vemos todas as virtudes da santidade perfeitamente alinhadas em Cristo. Ele sempre foi gentil, mas não frouxo. Foi ousado, mas jamais atrevido. Ele foi puro, mas jamais pudico. Foi cheio de misericórdia, mas jamais às custas da justiça. Foi cheio de verdade, mas não às custas da graça.

Em tudo ele foi submisso a seu Pai celeste, e deu tudo por suas ovelhas. Jamais desejou, jamais cobiçou, jamais mentiu.

Em tudo que Jesus Cristo fez durante toda sua vida, e em especial quando  caminhava para seu fim, Ele amou a Deus com todo o seu ser e a seu próximo como a si mesmo.
Se em algum momento você não conseguir se lembrar dos Dez Mandamentos, ou não se lembrar do fruto do Espírito, ou não conseguir se lembrar dos atributos de Deus, você será capaz de se lembrar o que é santidade, simplesmente ao lembrar-se do nome dEle.

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/01/2022
Reeditado em 19/11/2023
Código do texto: T7439377
Classificação de conteúdo: seguro