POR QUE TÃO CHEIO DE BRECHAS?
Tudo até aqui pede que se responda a pergunta, “Por quê?”
Ou, melhor ainda, “Onde?”
Como viemos permitir essa brecha em nossa santidade?
Se a missão de Deus neste mundo é salvar gente ímpia, e santificar os que Ele salva; se Deus justifica os incrédulos somente através da fé, e promete a esses fieis torná-los piedosos; se o Santo de Israel está no trabalho de criar um povo santo para si mesmo; então por que parece improvável que qualquer um de nós faça parte de uma denominação, ou rede de ministérios, ou afiliação de amigos que recentemente foi descrita, como participante de qualquer espécie de “movimento de santidade”?
Lembre-se, os Puritanos (nome que sugere alguém que busca ser “Puro”), não inventaram esse nome para si. Os seus oponentes cunharam o termo, porque viam sempre os Puritanos muito focados em serem puros.
A busca da santidade não ocupa em nosso coração, o lugar que ocupava no deles; pior, a preocupação com santidade não é tão óbvia em nossa vida quanto é óbvia nas páginas da Escritura Sagrada.
Por quê? De onde vem essa brecha?
Para começo de conversa, era bastante comum no passado, equacionar-se santidade com abstinência, de algumas “práticas tabu” daquela época, tais como beber, fumar e dançar.
Piedade significava evitar a lista dos itens proibidos. Gerações mais jovens possuem pouca paciência ao lidar com tais normas.
Em alguns casos eles não concordam com as regras (por exemplo, acerca de cinema, de dançar, e jogar) - em outros casos, essas regras parecem fáceis de se lidar com elas.
De minha parte sei, que enquanto crescia, parecia que santidade tinha ligação com não beber, não fumar, não se praticar sexo fora do casamento.
Eu não sabia como obter drogas se estivesse atrás delas; cerveja tinha um aroma ruim e, com toda certeza, não havia uma fila de garotas doidas para se aproximarem de mim; por isso, eu me saí bem.
Ligado a esta primeira razão reside o temor de que uma paixão por santidade, nos torna uma espécie de estranhos remanescentes de uma era longínqua.
Logo que você partilha sua preocupação acerca de falar palavrões, ou de evitar certos filmes, ou acerca de um vestir modesto, ou de pureza moral, ou de domínio próprio, ou simplesmente acerca de piedade, as pessoas olham para seu rosto como se houvesse um pedacinho moralista de sorvete remanescente dos idos de 1950.
Os crentes se sentem mal com a possibilidade de serem taxados por seus amigos, de legalistas, pudicos, mente fechada, atrasados, mais santos que os demais; ou pior ainda, fundamentalistas.
Outro motivo para a brecha é que nossas igrejas possuem em seu meio, pessoas não regeneradas. Enquanto por um lado, não desejo que cristãos verdadeiros terminem de ler este livro questionando sua segurança de salvação, eu antevejo (e espero) que alguns crentes professos cheguem à conclusão, que ainda não colocaram de verdade, sua confiança em Cristo.
Um dos motivos, pelos quais o povo santo de Deus não busca a santidade é porque ainda não nasceram de novo pelo Espírito Santo.
Alguns peritos em sondar a opinião pública, e alguns eruditos, olham para o mundanismo na igreja e concluem que, ser alguém que se diz nascido de novo, não faz qualquer diferença em como a pessoa vive.
Deveríamos chegar à conclusão oposta, ou seja, muitos frequentadores de igreja ainda não nasceram de novo - conforme afirmou A. W. Tozer:
“o simples bom senso há de nos dizer, que qualquer coisa que não gere mudança na pessoa que a professa, também não faz qualquer diferença para Deus, e é um fato plenamente observável que para inúmeras pessoas, a mudança de não ter uma crença, para ter uma, não faz real diferença na vida”.
Nossa cultura da indiferença, também é parcialmente culpada pela brecha. Ser indiferente significa diferenciar-se dos demais - isso, via de regra significa, ser tolerante com o linguajar, com o entretenimento, com bebida alcoólica e com a moda.
É claro que santidade é muito mais que tudo isso, mas num esforço para serem modernos, muitos cristãos concluíram que santidade nada tem a ver com essas coisas. Abraçaram a liberdade cristã de forma determinada, sem uma busca igualmente comprometida pelas virtudes cristãs.
(Nota do Pr Silvio Dutra:
Como já afirmado antes, estas coisas que podem parecer elevadas para o homem moderno continuam sendo uma grande abominação para Deus, e isto pode ser discernido somente de modo adequado, pelo mover e inclinação do coração santificado pelo Espírito Santo para as coisas que são aprovadas por Deus.
É somente por este critério, que se pode discernir o que é mundano ou não. Se não andarmos continuamente no Espírito Santo, por um verdadeiro conhecimento e prática da Palavra de Deus revelada na Bíblia, não poderemos discernir e vencer as obras da carne.)