“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a sua casa sobre a rocha;  e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.” [Mt 7: 21-27]

 

A santificação não pode ser confundida com mero ativismo religioso, conforme nosso Senhor destacou no início do texto de Mateus 7.21-27, em relação àqueles que fizeram muitas coisas em Seu nome, e sequer o conheciam de fato. Por outro lado, erram também aqueles que se mantêm numa posição passiva em relação à obra do evangelho quer neles ou através deles, por entenderem que nada devem fazer senão somente ficar esperando que tudo seja feito por Deus sem qualquer diligência ou esforço da parte dos mesmos, pois nosso Senhor destaca que há uma vida espiritual a ser construída sobre a Rocha, que é Ele próprio e a Sua Palavra, de forma que devem cavar continuamente até o encontrarem e praticarem para que seja um firme fundamento para eles, em sua plena obediência ao Senhor e aos Seus mandamentos. E, depois de cavar, ainda há uma obra de edificação que deve ser levantada sobre este fundamento, na qual devem usar materiais de prata, ouro e pedras preciosas, ou seja, somente aquilo que é durável e pertença ao crescimento da nova criatura que foi implantada neles na conversão, que devem buscar continuamente no próprio Deus, pois somente os que buscam acham, os que pedem recebem, e aos que batem à porta, esta lhes é aberta para receberem os suprimentos de graça que necessitam diariamente para suas vidas.

 

Um argumento para a necessidade de santidade pode ser tirado da consideração de nós mesmos, de nosso estado e condição atuais, pois é somente por meio disto que a doença viciosa de nossa natureza é, ou pode ser curada.

Nossa natureza é terrível e universalmente depravada pela entrada do pecado, e é a causa da atual miséria em que vivemos, a menos que essa depravação seja curada, pois a mente do homem está possuída por trevas, vaidade, tolice e instabilidade; a vontade está sob o poder da morte espiritual, é teimosa e obstinada; e todas as afeições são carnais, sensuais e egoístas.

A alma inteira está sendo apressada para longe de Deus - está tão fora de seu caminho, que perpetuamente está cheia de confusão e desordem desconcertantes.

Vaidade, instabilidade, loucura, apetites sensuais e irracionais, desejos desordenados, autopaixões inquietantes e torturantes agem continuamente em nossa natureza depravada.

Veja este relato em Romanos 3:10-18.

Todos os males procedem do coração, como nosso Salvador declara em Mateus.

“Mas o que sai da boca vem do coração, e é isso que contamina o homem. Porque do coração procedem maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias”. [Mt 15: 18, 19]

 

"De onde procedem guerras e contendas que há entre vós? De onde, senão dos prazeres que militam na vossa carne? Cobiçais e nada tendes; matais, e invejais, e nada podeis obter; viveis a lutar e a fazer guerras. Nada tendes, porque não pedis;" [Tg 4: 1, 2]

 

Todos os males procedem das concupiscências impetuosas da mente dos homens:

"Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo. Para os perversos, diz o meu Deus, não há paz.” [Is 57: 20, 21]

O coração está em movimento contínuo, inquieto em suas invenções e imaginações, como as águas do mar, quando está tempestuoso e perturbado.

Eles são todos maus;

"Viu o Senhor que a maldade do homem se havia multiplicado na terra e que era continuamente mau todo desígnio do seu coração; [Gn 6: 5]

Neste estado, "levanta lama e sujeira."

 

Paz verdadeira, descanso e tranquilidade mental são estranhos a essas pessoas.

 

Quão incapaz é a mente do homem, de descobrir descanso e paz neles, ou deles!

Eles rapidamente se saciam e sufocam em seu prazer; e não vão encontrar prazer em suas variedades, que apenas aumentam a vaidade presente e entesouram provisões para vexames futuros, portanto não temos maior interesse no mundo do que perguntar como esta doença pode ser curada, e para acabar com esta fonte de todas as abominações - isto acharemos somente em Jesus Cristo e em Sua Palavra.

 

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 13/11/2021
Reeditado em 09/02/2022
Código do texto: T7384821
Classificação de conteúdo: seguro