“Porquanto o que fora impossível à lei, no que estava enferma pela carne, isso fez Deus enviando o seu próprio Filho em semelhança de carne pecaminosa e no tocante ao pecado; e, com efeito, condenou Deus, na carne, o pecado”, 

“a fim de que o preceito da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a carne, mas segundo o Espírito”.

“Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito”.

“Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz”.

“Por isso, o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar”.

“Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”.

“Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele”.

“Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça”.

“Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita”. “Assim, pois, irmãos, somos devedores, não à carne como se constrangidos a viver segundo a carne”.

“Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis”. 

“Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus”.   [Rm 8: 3-14]

 

Se o pecado fosse algo tolerável ou de somenos importância, Deus jamais o teria castigado em Seu próprio Filho Unigênito, para revelar o quanto odeia o pecado, por não ser apenas contrário ao Seu propósito na criação do homem para a santidade, como também por ser a causa da morte de todos aqueles que não o mortificam por meio da fé em Jesus, e um andar em temor permanente em Sua presença.

 

Deus é como que forçado, se podemos assim dizer, a ter que aplicar Seus juízos corretivos e de condenação, naqueles que vivem na prática do pecado, pois não tem prazer em punir com tais juízos que são exigidos pelo Seu atributo da justiça.

Então, não é bastante para que a justiça seja cumprida, que Jesus morresse na cruz, mas que os pecadores, de sua parte, não apenas cressem nEle para serem justificados, mas também mortificarem toda forma de pecado, de modo a serem achados em verdadeira unidade e comunhão amorosa com Deus - isto não poderá ser feito sem que neguemos nosso ego, sem que o crucifiquemos, e nos despojemos diariamente do velho homem, em constante vigilância e oração, para que possamos nos manter em um viver que é segundo o Espírito, e não segundo a carne.

Os que não andarem segundo esta regra estarão mortos espiritualmente diante de Deus, e os que forem ímpios ainda terão que arcar com as consequências de uma morte eterna de condenação no inferno.

 

De tal ordem e poder é o princípio do pecado que opera na carne, que nos inclina a não nos sujeitarmos à lei de Deus, o que só pode ser vencido por outro princípio, que é mais poderoso do que o pecado, que é a graça de Jesus operando em nós, pelo Espírito Santo, que nos leva a dominar o pecado e a nos inclinar para as coisas que são santas de Deus.

Não está em nossa natureza terrena decaída no pecado, o desejo que nos leve a praticar sinceramente, somente aquilo que é aprovado por Deus, e a detestar tudo o que é por Ele reprovado.

 

É somente por um novo nascimento do Espírito Santo, que podemos ter ingresso no reino de Deus, e a prosseguir no crescimento das coisas relativas a este reino, por um andar contínuo no Espírito Santo, nos sujeitando à Sua direção, instrução e poder, para a aplicação da Palavra às nossas mentes e corações.

Onde houver tal disposição em nós, para obedecermos ao Senhor e aos Seus mandamentos, por amor a Ele, o Espírito Santo criará em nós esta santa disposição, e nos impulsionará a não somente vencer o pecado, como também a fazer aquilo que é agradável ao Senhor, útil para os santos e o nosso próximo.

 

Na verdade, até mesmo o querer o bem é produzido em nós por Deus, como também é Ele que produz o realizar, segundo, não a nossa, mas a Sua santa vontade. Daí, a importância de sermos sinceros em nossas devoções diárias em oração, vigilância e meditação na Palavra.

É o Espírito Santo que cria em nós um coração puro; o único que é agradável a Deus, daí a promessa que nos é feita neste sentido:

“Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei”. 

“Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne”.

“Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis”.   [Ez 36: 25-27]

 

A obra de santificação é, portanto realizada por Deus, e nossa obrigação é a de irmos à fonte em que seremos lavados e purificados.

E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém derramarei o espírito da graça e de súplicas; olharão para aquele a quem traspassaram; pranteá-lo-ão como quem pranteia por um unigênito e chorarão por ele como se chora amargamente pelo primogênito.” [Zc 12: 10]

“Naquele dia, haverá uma fonte aberta para a casa de Davi e para os habitantes de Jerusalém, para remover o pecado e a impureza.” [Zc 13: 1]

 

Agora, porque são tantas as ordenanças bíblicas, para que mortifiquemos os nossos pecados?

Um dos grandes motivos  é porque somente o pecado que faz separação entre nós e Deus, e além disso é quem mata o amor, no qual deveríamos crescer, e não apagar e matar.

Poucos consideram que o amor do crente deve aumentar mais e mais em graus, não somente na expansão em relação ao seu aspecto quantitativo (número de pessoas amadas) quanto qualitativo (intensidade do amor), pois não há limites para este crescimento, considerando-se que o amor de, e em Deus é infinito.

Daí serem constantes as exortações bíblicas para que cresçamos no amor, e não eram poucas as orações que os apóstolos faziam para este aumento do amor nos crentes.

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção,” [Fp 1: 9]

“Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando,” [II Ts 1: 3]

 

Vemos assim, que o amor ágape é muito mais do que o mero sentimento de gostar de alguém, pois possui as características que podem ser achadas somente em quem tem sido transformado em seu caráter, pelo Espírito Santo, e prática da Palavra de Deus implantada em sua nova natureza espiritual, recebida na conversão, de modo que o amor não se alegra com a injustiça, senão somente com a verdade; é paciente, é benigno, o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

É nestas coisas que o nosso amor deve crescer mais e mais, em busca de uma real semelhança com Cristo.

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/10/2021
Reeditado em 13/11/2021
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