Sobre o Perdão. Sobre
Entendo ser o Perdão um ato perfeito. Um ato que se exaure em si mesmo, que não cabe alternativas, senões…
Talvez uma questão de semântica, mas incluo o Perdão nos atos divinos e, portanto, considero, que como os demais, deva ser grafado com letra maiúscula.
Não considero o Perdão um ato humano, provavelmente seja polêmico isso, que o seja, pois a intenção é mesmo provocar opiniões. Acho que humano é esforçar-se para não julgar, não desejar a vindita. Na verdade, o efeito do ato de outrem, que lhe cause perdas, dores e naturalmente repugnância, isso não pode ser superado, humanamente, mas deve ser controlado, mensurado e por fim, entregue nas mãos de Deus. Deus é o agente do Perdão e a humanidade, o paciente. Uma questão de semântica? Pode ser. O fato é que existem Amor e amores, Verdade e verdades e Perdão e perdões, e aqui estou me adonando de uma verdade (com letra minúscula, claro).
O Perdão é, inclusive, esquecer a ofensa, mas no nosso estágio carnal, de instintos diversos e dores tantas, não somos capazes de tamanha misericórdia, mais uma vez insisto, basta-nos o esforço de não julgar, não culpar, deixar isso para os intérpretes das leis dos homens.
Jesus, no seu calvário diz as últimas palavras
encarnado: “Pai, perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem!” (Lc 23:34). Ele suplica ao Pai para nos perdoar e não o faz diretamente. Perdoar torna-se, até mesmo por Cristo, um ato impessoal.
Ao ofendido basta colaborar para que a justiça se faça e o louvável consentir e desejar que Deus, o ofensor, perdoe.