A Lei e o Evangelho
No evangelho é de fé em fé, de glória em glória, e graça sobre graça.
A lei chama obras, mas a graça chama a fé.
A lei aponta para a maldição e condenação e a graça para a liberdade e para a glória.
É somente por se estar em Jesus Cristo pela fé que podemos estar sob a graça.
Estando em Jesus, estamos sob a graça, e não mais sob a lei, e sua maldição e condenação.
Jesus e a graça passam a ser a nossa regra de vida e não a lei. Nós explicamos:
A lei exige obediência perfeita a todos os seus preceitos e em todo o tempo, e Jesus detalhou melhor para nós qual é o sentido profundo das exigências da Lei no Sermão do Monte.
Adultério é um simples olhar cobiçoso. Assassinato é o mero ódio no coração.
O simples ato de chamar alguém de tolo, segundo a exigência da lei, já nos torna para sempre dignos do inferno.
A lei exige paciência perfeita em todo o tempo, mas ela não nos dá a paciência que precisamos. Ela exige o amor perfeito a Deus e ao próximo, mas não nos dá uma só gota de amor. E assim é a lei em relação a tudo o mais.
Como pode ser isto?
Não é a lei santa, justa e boa?
Ela não procede do próprio Deus?
Não deve afinal ser observada e cumprida?
É aqui, que devemos exercer toda a inteligência espiritual para entendermos o que significa para nós o sistema da graça e do evangelho em relação às exigências da lei.
A fé e a graça nos são dadas para sermos reconciliados com Deus e a participarmos do seu amor em comunhão com Ele e uns com os outros.
Se eu escolher a lei como sistema de regra da vida cristã e deixo Jesus de lado, como estavam fazendo os gálatas, e valorizo as obras da lei em vez de uma vida de fé no Senhor, andando no Espírito, eu caio debaixo da maldição e da condenação da lei, porque por maiores que sejam os meus esforços em me aperfeiçoar em todas as virtudes, eu falharei não somente por causa da minha natureza terrena corrompida pelo pecado, como também errarei no ponto principal, que podemos dizer que é a principal lei de Deus para nós, que é a de estarmos ligados pela graça, mediante a fé, a Jesus Cristo, o Cabeça de toda a criação.
O alvo da vida cristã, é Jesus vivendo em nós, e quanto às falhas que temos por causa do pecado residente, conforme Paulo o descreve no capítulo 7 de Romanos, a graça do evangelho garante a nossa continuidade em comunhão, desde que haja em nós uma resistência ao pecado, e busca de livramento através do exercício da confissão e do arrependimento.
Deus jurou que seria misericordioso para com as nossas iniquidades e que perdoaria os nossos pecados na dispensação da graça, por ter Jesus Cristo pago o preço devido à nossa culpa em sua morte na cruz, e tendo satisfeito completamente a exigência da justiça e da lei, pois nEle, somos considerados por Deus, mortos com Ele na cruz, e assim, também mortos para o poder da lei em nos amaldiçoar e condenar.
Ele é a nossa paz, a nossa liberdade, Aquele que nos livra da lei do pecado e da morte, do diabo, do mundo, e da própria lei.
Amamos a lei de Deus, a ensinamos, buscamos cumpri-la até a perfeição, sem omitir um jota ou til, mas sabemos que já não podemos mais ser condenados por ela, pois estamos casados com Jesus, e não com a lei.
Pela fé, cumprimos a lei, mas não vivemos pela justiça da lei, senão pela justiça de Cristo. Nós temos a justiça da fé em Cristo, e é somente por ela que somos justificados e aceitos por Deus.
Os judeus ainda continuam buscando serem justificados por obras da lei, e não se sujeitando à justiça da fé em Cristo, tropeçaram na pedra de tropeço e permanecem debaixo da maldição da lei e da condenação.
Sejamos muito gratos a Deus por nos ter dado Jesus para ser a nossa justiça, e juntamente com ele, o evangelho pelo qual somos aceitos apesar de nossas fraquezas e imperfeições. Ai de nós se não houvesse evangelho – nenhum Deus, nenhum céu, nenhuma vitória sobre o pecado, nenhuma glória vindoura, teria havido para nós.