Chanukkah
Tzadkiel visita os Macabeus
(do livro Gehinnom, que examina, em linguagem juvenil, as origens do Terrorismo atual, tendo como base a História do território hoje conhecido como Afeganistão e Paquistão )
Antes de entrar na parte em que as tribos Yuezhi invadiram o Afeganistão e acabaram com a festa de todo mundo – Selêucidas, Bactrianos e Maurias – preciso fazer uma espécie de parêntese na minha narrativa. Vamos e venhamos, tudo isso é um tremendo saco, e eu queria espairecer. Então deixei o território do Afeganistão, voltei ainda mais um pouco no tempo, e fui até o braço do Império Selêucida que se estendia para o Sul, contornando o mar Mediterrâneo e chegando até o Egito.
Em todos os territórios que conquistou, Alexandre permitiu que os povos continuassem a seguir suas próprias religiões e costumes. Muitos do Povo do Verbo Impronunciável que ainda moravam na Judeia e Samaria aceitaram a cultura, a linguagem e os costumes gregos, mas sem perder seu Judaísmo. Bem como acontece agora, quando eles adotam os costumes e as roupas dos países onde moram, mas sem perder sua cultura e sua religião. Enquanto isso, o resto deles, como já expliquei antes, estava na Diáspora, quer dizer, eles estavam espalhados por todo o Oriente Médio, Norte da África e a Eurásia.
Muito tempo depois, em 175 AEC, quando Alexandre já havia falecido e toda a região que é hoje Israel estava sob o domínio do Império Selêucida, subiu ao poder um imperador chamado Antioco IV. Ora, Antíoco exigia que todos os povos sob seu domínio seguissem a religião persa, e se chocou de cara com o Povo do Verbo, porque eles se recusaram. Antíoco interpretou isso como sendo uma revolta contra o seu poder, enviou seus exércitos contra eles, e declarou ilegal o Judaísmo.
Os soldados saquearam Jerusalém e incendiaram a cidade, matando ou escravizando seus habitantes. A circuncisão, o Shabbat e todos os festivais foram proibidos, e uma quantidade enorme de Manuscritos Sagrados foi queimada. Para profanar completamente o Templo, Antíoco assinou um edito para que se sacrificassem porcos no altar.
Como você provavelmente já sabe, porco não é kasher, ou seja, não é limpo para consumo, então aquele edito recebeu violenta oposição por parte de dois grupos – um grupo nacionalista, liderado por Matatias e seu filho Judas, e um grupo religioso tradicionalista, os Chassidim (não confundir com os atuais Chassidim - depois explico essa parte).
Mais tarde, Judas foi chamado de “Judas Macabeu”, palavra composta pelas iniciais de quatro palavras hebraicas: Mi Chamocha Ba´eilim Hashem, que significa “Quem é como Tu, Hashem?”.
Esses dois grupos terminaram se unindo numa enorme revolução contra a assimilação e contra a opressão religiosa dos Selêucidas, e ficaram conhecidos pelos milênios afora como “Macabeus”. Eles retomaram o Templo, mas foram sitiados dentro dele. E foi bem aí que cheguei, para observar como tudo aconteceu.
O lugar estava uma bagunça só. Depois de limparem tudo, jogarem fora toda a parafernália persa e recolocarem a Menorah, quer dizer, o Candelabro Sagrado, em seu devido lugar, eles precisavam reconsagrar o Templo, e acender as luzes da Menorah.
A coisa é que, uma vez acesas, as luzes da Menorah deveriam brilhar continuamente, mas eles encontraram apenas um vidrinho de nada do Óleo Sagrado. Aquele Óleo dava só para um dia, e levava oito dias para fabricar mais!
Eles acenderam as luzes mesmo assim, e meteram mãos à obra para fazer mais Óleo. Eu fiquei esperando só para ver como ele ia durar oito dias, como diz a História do Povo do Verbo, mas o sol estava se pondo, o segundo dia já estava para começar, e o Óleo estava nas últimas! Comecei a entrar em pânico, e daí não deu outra – lancei meus raios violetas na Menorah. Era agora que o Conselho ia me castigar! Além disto... E se não funcionasse?
Pois funcionou. O óleo aguentou todos os oito dias que o pessoal precisava para fabricar mais. Enquanto isso, aproveitei para dar uma mãozinha aos Macabeus lá fora, na sua luta contra os Persas.
Muita coisa aconteceu durante aquela luta, mas vai tomar muito tempo e espaço falar a respeito. Basta dizer que só mesmo Hashem para derrotar um inimigo daqueles.
E agora eu sabia como as Luzes da Menorah haviam ficado acesas oito dias com Óleo só para um!
Daí fiquei confuso. Eu não mudara o passado – eu o cumprira! Como era possível? E enquanto o Povo celebrava os seus milagres, eu me sentei na frente do Templo e comecei a rir. Mas é claro! Hashem sabe todo o futuro! O que era passado para nós, Seres criados, era passado, presente e futuro para Ele, e estava gravado desde a fundação do mundo! Ele sabia que eu iria até lá, e o que eu ia fazer!
O mais estranho de tudo é que me lembrei de uma ilustração de um artista chamado Gustav Dore, do século XIX, chamada “O Anjo dos Macabeus”. Como também sou artista e tenho uma memória sobre-humana, fiquei mentalmente examinando a ilustração. Realmente, artistas vivem em outro mundo. Ele captou exatamente como foi a coisa, e o anjo dele se parece mesmo comigo, só que mais gordo. Inclusive eu me lembro de pegar aquela armadura emprestada de um sujeito – ele disse que o antigo dono morrera na luta do dia anterior.
Bom, a partir daquele dia, a vitória dos Macabeus e o milagre dos oito dias foram celebrados para sempre entre o Povo do Verbo Impronunciável. Era o Festival das Luzes – Chanukkah.
Tzadkiel visita os Macabeus
(do livro Gehinnom, que examina, em linguagem juvenil, as origens do Terrorismo atual, tendo como base a História do território hoje conhecido como Afeganistão e Paquistão )
Antes de entrar na parte em que as tribos Yuezhi invadiram o Afeganistão e acabaram com a festa de todo mundo – Selêucidas, Bactrianos e Maurias – preciso fazer uma espécie de parêntese na minha narrativa. Vamos e venhamos, tudo isso é um tremendo saco, e eu queria espairecer. Então deixei o território do Afeganistão, voltei ainda mais um pouco no tempo, e fui até o braço do Império Selêucida que se estendia para o Sul, contornando o mar Mediterrâneo e chegando até o Egito.
Em todos os territórios que conquistou, Alexandre permitiu que os povos continuassem a seguir suas próprias religiões e costumes. Muitos do Povo do Verbo Impronunciável que ainda moravam na Judeia e Samaria aceitaram a cultura, a linguagem e os costumes gregos, mas sem perder seu Judaísmo. Bem como acontece agora, quando eles adotam os costumes e as roupas dos países onde moram, mas sem perder sua cultura e sua religião. Enquanto isso, o resto deles, como já expliquei antes, estava na Diáspora, quer dizer, eles estavam espalhados por todo o Oriente Médio, Norte da África e a Eurásia.
Muito tempo depois, em 175 AEC, quando Alexandre já havia falecido e toda a região que é hoje Israel estava sob o domínio do Império Selêucida, subiu ao poder um imperador chamado Antioco IV. Ora, Antíoco exigia que todos os povos sob seu domínio seguissem a religião persa, e se chocou de cara com o Povo do Verbo, porque eles se recusaram. Antíoco interpretou isso como sendo uma revolta contra o seu poder, enviou seus exércitos contra eles, e declarou ilegal o Judaísmo.
Os soldados saquearam Jerusalém e incendiaram a cidade, matando ou escravizando seus habitantes. A circuncisão, o Shabbat e todos os festivais foram proibidos, e uma quantidade enorme de Manuscritos Sagrados foi queimada. Para profanar completamente o Templo, Antíoco assinou um edito para que se sacrificassem porcos no altar.
Como você provavelmente já sabe, porco não é kasher, ou seja, não é limpo para consumo, então aquele edito recebeu violenta oposição por parte de dois grupos – um grupo nacionalista, liderado por Matatias e seu filho Judas, e um grupo religioso tradicionalista, os Chassidim (não confundir com os atuais Chassidim - depois explico essa parte).
Mais tarde, Judas foi chamado de “Judas Macabeu”, palavra composta pelas iniciais de quatro palavras hebraicas: Mi Chamocha Ba´eilim Hashem, que significa “Quem é como Tu, Hashem?”.
Esses dois grupos terminaram se unindo numa enorme revolução contra a assimilação e contra a opressão religiosa dos Selêucidas, e ficaram conhecidos pelos milênios afora como “Macabeus”. Eles retomaram o Templo, mas foram sitiados dentro dele. E foi bem aí que cheguei, para observar como tudo aconteceu.
O lugar estava uma bagunça só. Depois de limparem tudo, jogarem fora toda a parafernália persa e recolocarem a Menorah, quer dizer, o Candelabro Sagrado, em seu devido lugar, eles precisavam reconsagrar o Templo, e acender as luzes da Menorah.
A coisa é que, uma vez acesas, as luzes da Menorah deveriam brilhar continuamente, mas eles encontraram apenas um vidrinho de nada do Óleo Sagrado. Aquele Óleo dava só para um dia, e levava oito dias para fabricar mais!
Eles acenderam as luzes mesmo assim, e meteram mãos à obra para fazer mais Óleo. Eu fiquei esperando só para ver como ele ia durar oito dias, como diz a História do Povo do Verbo, mas o sol estava se pondo, o segundo dia já estava para começar, e o Óleo estava nas últimas! Comecei a entrar em pânico, e daí não deu outra – lancei meus raios violetas na Menorah. Era agora que o Conselho ia me castigar! Além disto... E se não funcionasse?
Pois funcionou. O óleo aguentou todos os oito dias que o pessoal precisava para fabricar mais. Enquanto isso, aproveitei para dar uma mãozinha aos Macabeus lá fora, na sua luta contra os Persas.
Muita coisa aconteceu durante aquela luta, mas vai tomar muito tempo e espaço falar a respeito. Basta dizer que só mesmo Hashem para derrotar um inimigo daqueles.
E agora eu sabia como as Luzes da Menorah haviam ficado acesas oito dias com Óleo só para um!
Daí fiquei confuso. Eu não mudara o passado – eu o cumprira! Como era possível? E enquanto o Povo celebrava os seus milagres, eu me sentei na frente do Templo e comecei a rir. Mas é claro! Hashem sabe todo o futuro! O que era passado para nós, Seres criados, era passado, presente e futuro para Ele, e estava gravado desde a fundação do mundo! Ele sabia que eu iria até lá, e o que eu ia fazer!
O mais estranho de tudo é que me lembrei de uma ilustração de um artista chamado Gustav Dore, do século XIX, chamada “O Anjo dos Macabeus”. Como também sou artista e tenho uma memória sobre-humana, fiquei mentalmente examinando a ilustração. Realmente, artistas vivem em outro mundo. Ele captou exatamente como foi a coisa, e o anjo dele se parece mesmo comigo, só que mais gordo. Inclusive eu me lembro de pegar aquela armadura emprestada de um sujeito – ele disse que o antigo dono morrera na luta do dia anterior.
Bom, a partir daquele dia, a vitória dos Macabeus e o milagre dos oito dias foram celebrados para sempre entre o Povo do Verbo Impronunciável. Era o Festival das Luzes – Chanukkah.