Quinta-feira, 2/11/2017
Um lugar além do mundo
Antonio Feitosa dos Santos 

Não haverá distinção entre os homens, pensei eu, quando em visita a uma cripta religiosa no Rio de Janeiro. Mais de trezentas gavetas de mármores, uma ao lado da outra ocupadas com os restos mortais de religiosos que por ali passaram e findaram seus dias na vida terrena.

Todos somos iguais diante da morte. Em minhas orações pensei, aqui se deixa para trás tudo o que a matéria física nos compele fazer.

Todos os que aqui estão, deixaram para traz a forma física, com essa, a beleza, o mal humor, a vaidade, o apego as coisas materiais, o poder, a avareza, o ódio, o amor, a preguiça, o luxo e tudo o que de bom e de ruim nos propicia a vida física.

Aqui posso dizer que passamos do palco e dos aplausos, para a lembrança de quem ficou, quando isso nos é concedido, uma vez que muitos passam despercebidos e assim ficam pela eternidade.

Mas isso pouco importa a quem não tem em seu planejamento de vida a morte como objetivo final. A morte é a visão do futuro de qualquer pessoa humana, assim como de todos os seres vivos na terra.

Durante a nossa estada terrena, desenvolvemos a missão para a qual fomos talhados. Há retidão e desvio nessa missão, porque somos livres de pensamentos para o bem ou para o mal. Cabe a unívoca índole humana trilhar caminhos retos ou tortuosos, só não cabe modificar a visão de futuro, que nos torna a todos igualitários, sem exceção.

Olhei vários vezes para aquelas caixas sobre as paredes, nas quais havia um nome e uma data, dentro com certeza apenas ossos e nada mais. A carne, as vísceras e as vestes são tão somente coisas de um tempo passado.

Me pergunto mais uma vez: onde estão os valores com os quais se vestem os seres humanos, enquanto há vida em sua matéria corpórea? Onde foram parar o orgulho, a empáfia, o poder e suas riquezas? Qual o principal sentido da vida e da missão para a qual viemos? O que foi feito do espirito vivo, que vivificou o nosso corpo durante a nossa permanência na terra? Quem não gostaria de saber! Enigma da vida.

Segundo São João Jesus disse: “E para onde eu vou, vós conheceis o caminho.” Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim.” 

Postado por Antonio Feitosa dos Santos
Em 2/11/2017 às 18h01 

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