Criado para Ser Santo
Por que?
A necessidade de uma vida santa para a volta de Cristo é explicada pela própria essência da natureza da nossa relação com Deus, reportando-se à criação original, na qual o homem foi trazido à existência sem qualquer pecado, e não poderia ser de outra forma, porque o Criador é inteiramente santo, e se impõe que sejamos também santos, para que possamos ter comunhão com Ele em espírito.
Mas, quando o homem pecou e se desligou automaticamente da comunhão com Deus, ele passou a viver pela energia da carne, e não mais pela orientação e inclinação do seu espírito.
De modo que há agora, a necessidade de uma prévia justificação e regeneração (novo nascimento do Espírito Santo) para que possa retornar à comunhão que havia sido anteriormente quebrada.
Os que vivem exclusivamente na energia da carne não podem ter qualquer participação nisto, pois a carne é inimizade contra Deus, e não pode estar sujeita à Sua vontade, que é espiritual e santa.
É impossível, até mesmo para o homem natural entender que ele foi criado para ser espiritual e não carnal, ou seja, movido unicamente pelos instintos naturais, conforme impulsionado pelos desejos do corpo.
Isto é muito evidente no fato de que, ao se aproximar da velhice avançada, as disposições e desejos carnais começam a enfraquecer, e a pessoa já não possui os mesmos ardentes desejos da mocidade.
A razão disso é que os impulsos que operavam, especialmente na base de hormônios e capacitações físicas e mentais, começam a enfraquecer e a se deteriorar, à medida que se atinge a fronteira da senilidade, havendo inclusive demência, falta de apetite, e toda sorte de fraquezas e incapacitações que antes não se experimentava.
O amor aos prazeres mundanos esvanecem, porque o corpo físico já não os deseja, e sequer pode realizá-los, e esta condição se agrava, se for acompanhada por alguma enfermidade física crônica.
Tudo isto foi planejado por Deus para o homem em estado de pecado, como prova de Sua grande misericórdia, para que se aprenda desde a mais tenra idade, pelo que se observa na vida das pessoas senis, que de fato não fomos criados para amar os prazeres terrenos, a ponto de fazer deles um mau uso, ou mesmo a razão completa do nosso viver, uma vez que tudo isso aponta para a realidade de que somos dotados de um espírito que não envelhece; ao contrário, que se renova na comunhão com Deus, e aumenta muito em provar o deleite que é decorrente dessa comunhão, mesmo quando se atinge a senilidade, ou nos encontramos em condições de fraqueza extrema ditada ou não, por enfermidades.
Somos assim alertados e chamados a olhar para aquilo para o que fomos criados, a saber, a viver e andar no Espírito, incrementando a comunhão diária com Deus, porque é nEle e somente nEle que podemos achar descanso, paz e alegria permanentes e crescentes para nossa alma.
É para o que é espiritual que nossos desejos devem estar direcionados, desde a mais tenra idade, porque a santificação é um hábito que deve ser incorporado ao nosso viver, de modo que já não vivamos mais pelo que é visível, senão pelo que é invisível e eterno, tal como é o nosso espírito.
Então, sem santidade não se pode experimentar o que Deus projetou para o homem - e sem santidade não é possível ver a Deus, quer no presente, quer por ocasião da volta do Senhor Jesus Cristo.