Sempre Ainda Mais Uma Vez
Pior do que o sentimento de verdadeira inutilidade é o pensamento de que se é útil e descobrir por fim que se viveu praticando o que era inútil.
Todavia, todos nós, sem uma única exceção, flutuamos em graus variados entre estes dois pólos, ao longo de todo o curso da nossa existência terrena.
Mas somente aqueles que têm sido comissionados para algum encargo específico que se relacione a servir o próximo em amor haverão de sentir o peso da imensa frustração que se pode experimentar quando falham no desempenho que deveriam apresentar.
Aqueles que têm aprendido da parte de Deus sobre a verdadeira essência e profundidade da sua própria insuficiência acharão algum consolo nisto, mas não poderão achar descanso e paz para as suas almas atribuladas enquanto não forem reerguidos pela graça de Cristo para o devido cumprimento dos deveres para os quais foram encarregados por Ele.
Quantas lágrimas derramadas e suspiros de uma alma aflita serão achados ao longo da caminhada da estrada da vida!
Quantas dores e sofrimentos pela consciência atormentada pela ideia do fracasso.
Frustrações acumuladas que parecem nunca ter um fim.
Todavia persevera, pela exclusiva graça e poder do Espírito que volta a erguer o caído.
A alma responsável não acha sossego na ociosidade e por isso o apóstolo Pedro voltou a pescar, retornou ao seu antigo ofício, quando pensou que jamais voltaria ao exercício do apostolado por ter negado a Cristo.
Voltamos à prática das coisas de pouca ou nenhuma utilidade, pois a alma soçobrará caso fique parada.
Mas já não se tem mais a alegria que se sentia antes nestas antigas atividades porque a consciência agora esclarecida e educada pela graça revela a profunda apostasia em que nos encontramos.
Tínhamos uma comissão, mas falhamos.
Entretanto, quando pensamos que a graça não pode suportar tantos extravios, ela se revela quantas vezes necessárias, que está disposta a nos conduzir a patamares mais elevados no divino serviço.
Por ela somos habilitados e animados, renovados em alegria, ao ver que mais uma vez, em tantas ao longo da vida, continuamos sendo usados pela exclusiva misericórdia, graça, amor e poder de Jesus Cristo.