Tempo humano e divino

O mundo é de uma diversidade imensa e no contato que temos com a divindade não levamos mais do que o nosso desligamento do tempo humano. A razão da existência de templos profanos e humanos em nada interfere quando o ser humano não é capaz de chegar além de si mesmo nas coisas que se referem ao mundo profano. Não podemos ser levados pela pregação religiosa como salvação e também nunca teremos nada além que valores humanos predominando na terra.

As energias movem o mundo e sem energia somos apenas andarilhos que na incompreensão da terra em que pisam pela primeira vez são pelos moradores locais assassinados. Muitas vezes ficar calado é pregar uma mentira diante da negação de toda a verdade que precisa ser exalada do coração. Por mais que um demônio aos olhos de muitos seja soberano na terra de tolos, não é sem amor que conseguiremos conquistar gigantes vitórias.

Um indivíduo compreender ou não compreender algo em nada importa na amplitude do universo que tem um tempo em que muitos passam sem ao menos pregarem valores dignos de ecoarem na eternidade. Quando muito odiamos os nossos inimigos ou demais veneramos uma divindade é certo que a nossa potência é baixíssima no agora. É essencial demorar muito para falar sobre determinados assuntos e se a vontade for realizar um grande sonho que seja necessário bater a cara contra o muro.

Dos jovens escritores aos consagrados artistas não existem diferenças gigantescas quando o jovem é vencido pelo preconceito moral ou o consagrado artista é conduzido pela manutenção da fama. Na coerência dos que são taxados como incoerentes existe apenas a prova de que todos fazem o seu melhor, sendo que fracos e fortes estão oscilando no trono. Quando encontramos alguém refletindo sem pressa no alto de uma montanha podemos ter a certeza de que esse alguém não ouve tudo calado e antes de falar pensa na importância do que está falando, na importância do que está fazendo.

Para amarmos é preciso abertura, para estudamos é preciso amor pelo novo. Em ondas distantes repousam navegadores sem ao menos o observador estar nas ondas que eles dominam. Diante inúmeras metáforas existe uma única compreensão que quando individual é válida como o caminho que leva para novos horizontes.

Se acaba o mundo em valores ultrapassados e o que fica é apenas uma marca de sofrimento por parte de quem não fez o seu melhor, por parte de quem ao cair no abismo apenas chorou por arrependimento, por parte de quem não teve vontade de aprender a dança dos loucos. O sagrado e o profano são uma única coisa que representam a dualidade humana. Das mortes surgem vidas, das vidas surge a possibilidade de entrar para historia ou apenas ser mais um tolo fanático que defende os valores que já fazem mais parte da época moderna.

Escritor Joacir Dal Sotto

Joacir Dal Sotto
Enviado por Joacir Dal Sotto em 15/04/2015
Código do texto: T5208190
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