A Segunda Vinda de Cristo
Um das verdades mais amedrontadoras de todas da Bíblia se refere ao evento que é identificado em I Tes 5.2 como o dia do Senhor. Aquele termo é um termo técnico da Bíblia para descrever o dia quando Jesus voltará trazendo a cólera flamejante e a ira de Deus sobre todos os pecadores do mundo. É um dia de devastação. É um dia de destruição.
Em várias outras passagens da Bíblia é usada a expressão o "dia do Senhor" para revelar que é um dia de angústia, de sofrimento, de juízo: Atos 2:20, 2 Tes 2:2; 2 Pe 3:10; Is 2:12, 13:6, 9; Jer 46:10; Joel 1:15; 2:11, 31; Amós 5:18,:20; Mal 4:5; Sof 1:14, 15.
Toda palavra profética relativa ao dia do Senhor é sobre julgamento, é sobre ira, desolação, vingança e destruição terríveis. É dito que é um tempo de melancolia e escuridão e angústia. Seis vezes é chamado de um dia de destruição. Quatro vezes é chamado de um dia de vingança.
Agora sempre o dia do Senhor se refere ao julgamento final mais cataclísmico de Deus sobre a terra, para visitar o pecado dos homens ímpios. É a culminação da cólera de Deus numa explosão final que consome o ímpio. Agora é verdade que especialmente no Velho Testamento houve épocas em que Deus manifestou a sua ira sobre os homens, e usou meios providenciais humanos, como uma nação destruindo outra nação, ou usando fomes, terremotos ou pestes e doenças, como forma de juízo, mas nada disso se compara ao grande e final julgamento que ele despejará sobre a terra sob a forma de situações angustiantes.
Assim todos os terremotos, fomes, desastres, doenças, tempestades, inundações, operações demoníacas, guerras, violências e todas as formas de tribulações que afligem os homens são apenas prelúdios da manifestação da explosão final da ira do Filho de Deus quando ele se manifestar para desarraigar o ímpio da terra, na sua segunda vinda.
O dia do Senhor deve ser visto então exclusivamente como um período de julgamento, julgamento dos ímpios. Assim, todas as manifestações de juízos que encontramos desde Apo 6 até 19 estão associadas ao dia do Senhor, isto é, à segunda vinda de Cristo, que como já vimos, ocorrerá no final do período de três anos e meio da Grande Tribulação.
São várias as passagens das Escrituras que afirmam que o dia do Senhor está próximo: Ez 30.3; Joel 2.1; 3.14; Ob 15; Sof 1.7; Zac 14.1. Sempre houve assim, a ideia de que ele pudesse vir a qualquer momento.
O Novo Testamento diz que neste dia o Senhor virá como um ladrão. Não que o Senhor seja um ladrão, mas ele virá inesperadamente e não para dar boas vindas, mas para produzir destruição. Aqueles que não se aprontarem para serem livrados da surpresa deste dia terão que enfrentar as terríveis consequências da sua negligência.
Joel 2.30,31 nos dá o caráter deste dia:
“Mostrarei prodígios no céu e na terra; sangue, fogo, e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e terrível dia do Senhor.”
Então, o Senhor virá com poder e muita glória. Uma glória tal que escurecerá a própria luz do sol, da lua e das estrelas. Este será o chamado dia do Senhor. Um dia singular. Um dia totalmente diferente. Um dia profético, não necessariamente um dia de 24 horas. Como diz a palavra, porque "será um dia que será conhecido a Jeová." (Zac 14.7)
O que ele está dizendo é que não há ninguém que possa descrever este dia. Ninguém poderia entender este dia. Não há nenhuma explicação científica para este dia. Nenhum ser humano poderia ter a compreensão completa deste dia. É um dia que somente o Senhor pode explicar. É um dia somente conhecido a Ele. Não haverá nenhum modo de entendê-lo. Porque poderes miraculosos procederão do Senhor nos céus e na terra e os fundamentos do mundo serão abalados.
Então o profeta Zacarias diz mais adiante (14.7):
"Não será nem dia nem noite, mas haverá luz à tarde.”
Não é dia claro e nem noite. Assim, não é nem dia e nem noite. Mas, o verso 7 diz: "mas haverá luz à tarde". No término daquele dia, no fim daquele período profético, a luz virá. Assim Zacarias vê a mesma coisa. Tudo fica escuro. Ninguém pode entender o que aconteceu. Não há nenhuma explicação humana. Somente Deus sabe. Não é nem um dia claro, nem uma noite escura. É um dia singular.
Então, no fim daquele período de trevas, a luz voltará. E o que é aquela luz? É o sinal do Filho do Homem no céu que vem nas nuvens do céu com poder e grande glória. Qual será a intensidade e a majestade desta luz divina?
Apocalipse 21.23 nos dá uma ideia sobre isto porque na Jerusalém celestial, o Cordeiro é a Sua lâmpada, e não necessita de nenhuma luz natural, nem do sol, nem da lua, nem das estrelas. Jesus encherá os céus com a glória da Sua luz.
Mas esta luz que brilhará na escuridão, será para os ímpios não um motivo de alegria, mas de puro terror. Por amarem as trevas os pecadores fogem da luz. Esta luz é para eles uma luz de julgamento vingador. Daí se dizer em Lucas 21.26 quanto a este dia: “haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados.”.
Hebreus 1.2,3 diz que;
“Jesus foi constituído por Deus herdeiro de todas as cousas, e pelo qual também fez o universo, e que Ele é o resplendor da glória e a expressão exata do Seu ser, sustentando todas as cousas pela palavra do seu poder.”
Observe que Jesus não é somente criador do universo, mas também sustentador do equilíbrio de tudo o que há no universo. E como Ele fez e faz isto? Simplesmente pela palavra do seu poder. É nEle que tudo é sustentado e mediante a sua palavra de ordem. Ele disse no princípio: “Haja luz”, e houve luz, e assim se fez com todas as coisas criadas, visíveis e invisíveis. Da mesma forma que Ele criou e sustenta pela sua palavra, Ele também destruirá pela mesma palavra poderosa que procede de sua boca.
Ele mostrou Seu poder abundantemente em Seu ministério terreno, expelindo demônios, curando enfermidades, operando maravilhas meramente com a palavra proferida pelos seus lábios. Este mesmo poder ainda opera na igreja dentro dos limites estabelecidos e controlados por Ele, fazendo com que a palavra poderosa inspirada pelo Espírito que procede da boca dos seus servos, faça tudo quanto Lhe apraz.
O homem pode contar com a regularidade com que o Senhor sustenta todas as coisas, para enviar satélites ao espaço sideral, sabendo que eles não se desviarão de suas órbitas, porque há um poder que mantém o universo em equilíbrio.
Os corpos celestes são controlados pelo poder sustentador da palavra de Deus. Mas de repente, se o Senhor deixa de exercer este poder sustentador, o que nós temos? O caos, e tudo o que está unido no universo passa a se descontrolar e desintegrar. A terra se torna uma vítima deste desarranjo incrível de todo o universo. Os poderes dos céus serão abalados e nós já sabemos por que isto ocorrerá.
Deus manifestará o Seu desagrado relativamente à impiedade dos homens, que chegará a níveis insuportáveis nos últimos dias conforme descrito na Bíblia, através da remoção das condições de sustentação regular da vida do mundo físico que os homens tanto apreciam. Tal como um pai que priva o filho de um brinquedo muito querido, quando o castiga.
Deus quebrará os pontos de apoio em que os homens costumam colocar a sua confiança e segurança. Haverá escassez de alimento e de água, de condições climáticas favoráveis à saúde, haverá pragas e pestilências sem medida, acidentes provocados por terremotos, e outros eventos cataclísmicos, destruições e aflições decorrentes de guerras, operações de demônios, e tantas outras condições desfavoráveis para a vida do homem na terra, em decorrência dos juízos de Deus. A alteração no poder que sustenta o equilíbrio do universo terá em vista principalmente produzir tais condições desfavoráveis na terra.
É inconcebível como a terra não será totalmente destruída com isto, mas poderoso é o Senhor para mantê-la em plena ordem, se assim o desejasse, mesmo retirando tudo o mais do universo que a rodeia. Deus produzirá caos na terra, mas Ele controlará o caos pelo Seu poder, porque Ele restaurará a terra para o reino milenar paradisíaco de Cristo na terra.
Em Isaías 34.6 lemos:
“A espada do Senhor está cheia de sangue, engrossada da gordura e do sangue de cordeiros e de bodes, da gordura dos rins de carneiros; porque o Senhor tem sacrifício em Bozra, e grande matança na terra de Edom.”
Em outras palavras, haverá uma matança mundial da parte do Senhor, quando Ele vier com os seus santos e os anjos para julgar o reino do Anticristo e a coligação de nações que se ajuntarão no lugar chamado de Armagedom para destruir Israel. O Senhor virá e destruirá os ímpios não somente que estiverem marchando contra Israel com o Anticristo, mas os de todas as nações. O descristão será morto, mas o justo viverá. Os homens serão mais raros que o ouro de Ofir. E, com estes cristãos que estiverem vivendo sobre a terra e que sobreviverão à volta do Senhor, o mundo será repovoado para no período do milênio.
A espada referida em Is 34.6 que está cheia de sangue, não é uma espada física, nem mesmo a ação de uma guerra conforme a ideia que temos de uma guerra, porque esta espada é a espada afiada de dois gumes. A espada que procede da boca do Senhor, que é a Sua palavra. Será meramente por meio da palavra de ordem que Ele proferir que os ímpios serão mortos em todas as nações do mundo, por ocasião da Sua segunda vinda.
É aqui que se cumpre em plenitude a palavra que Ele proferiu enquanto neste mundo que deveríamos temer aquele que tem poder para matar o corpo e lançar a alma no inferno. Esta é uma referência a Si mesmo como Deus que é.
É Ele quem tem as chaves da morte e do inferno, isto é, Ele é quem tem o domínio sobre ambos. Ele revelará isto claramente na sua segunda vinda. Esta destruição dos ímpios não significa aniquilação, mas morte física, porque continuarão existindo em espírito, mas sendo lançados no inferno para aguardarem a condenação final ao lago de fogo e enxofre depois de serem ressuscitados depois do milênio e serem julgados diante do grande trono branco (Apo 20.11).
Apo 19.11-21, e 20.1-3a, descrevem parte dos eventos relativos à segunda vinda de Jesus, e ali se diz que;
“sai da sua boa uma espada afiada, para com ela ferir as nações,” (v 15),
E,
“que a besta e o falso profeta foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre (verso 20),
E que;
“os restantes foram mortos com a espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo. E todas as aves se fartaram das suas carnes.” (verso 21).
Veja então, que pela sua palavra o Senhor destruirá os ímpios de todas as nações por ocasião da sua segunda vinda.
Lembramos mais uma vez que os santos estarão com o Senhor na sua vinda (Zac 14.5), e também os anjos (I Tes 1.7). Vale lembrar as poderosas destruições de milhares de ímpios que o Senhor efetuou na terra nos dias do Velho Testamento, através do poder dos anjos. Haverá, portanto uma mortandade real de ímpios na segunda vinda de Jesus.
O centro do governo de Jesus durante o milênio será em Jerusalém. Daí que, quando Ele voltar, o teatro de operações da guerra de coligação de nações com o Anticristo estará se dirigindo para a referida cidade.
Em Zac 12.3 lemos:
“Naquele dia farei de Jerusalém uma pedra pesada para todos os povos; todos os que a erguerem se ferirão gravemente; e, contra ela, se ajuntarão todas as nações da terra.”
Na batalha de Armagedon há um foco sobre Jerusalém, e Jerusalém vai ser um lugar onde o Anticristo tentará estabelecer o seu governo. Até nisto ele tentará ocupar o lugar de Cristo.
Is 63.1-6 descreve vivamente as condições de mortandade geral em todo o mundo por ocasião da segunda vinda do Senhor. Apocalipse 19.13 apresenta as vestes do Senhor salpicadas de sangue, tanto quanto em Is 63, como resultado da matança dos seus inimigos, no trabalho de desarraigar o ímpio da terra. Pela sua própria impiedade é que eles serão desarraigados, tendo recusado voluntariamente a chamada de Deus para o arrependimento e salvação.