Tranquilidade de Mente

A questão não é: qual é o tipo problema suposto ou real que pode roubar a nossa paz de mente, mas: como a nossa mente reage aos diversos tipos de problemas, especialmente quando se apresentam a nós em primeira mão.

Ficamos imediatamente alarmados e assim permanecemos por longo tempo?

Nossa capacidade de pensar racionalmente fica prejudicada?

Procuramos achar alívio na imediata solução do problema?

Ficamos na expectativa de que aqueles que lhe deram causa sejam imediatamente responsabilizados, achando que com isto acharíamos alguma paz de espírito?

Pensamos que Deus não cuidou devidamente de nós ou que foi injusto em permitir que passássemos pelas condições que nos estão afligindo?

Recuamos ou procuramos resolver a situação independentemente de não ter pensado sobre qual seria o melhor modo de fazê-lo, ou até mesmo se seria oportuno fazê-lo?

Enfim, muitas outros questionamentos poderiam ser apresentados, todavia não é o nosso propósito fazer um diagnóstico sobre a forma como reagimos às coisas que podem perturbar a nossa paz de mente, mas se temos nos preparado mental e espiritualmente para enfrentá-las.

Dos cristãos da Igreja Primitiva nos é relatado nas Escrituras que aceitaram com alegria o espólio dos seus bens, Heb 10.34; suportaram afrontas por causa do nome de Jesus se regozijando, Atos 5.41, e se alongam os testemunhos acerca da paciência e paz com que sofreram todas as suas tribulações.

Certamente, o que lhes capacitava a isto era a grande confiança que eles tinham na providência de Deus; sabendo que tudo que era permitido por Ele que lhes sucedesse era para o seu próprio bem, em todo progresso em aumento de fé e crescimento espiritual; que os olhos do Senhor estavam constantemente sobre eles e suas circunstâncias de vida, e que ainda que não fossem livrados do problema propriamente dito, seriam preservados em perfeita paz pelo poder da Sua graça, operando em seus corações.

Quando nos concentramos no problema podemos desesperar ou perder a nossa paz, ainda que pelo tempo em que estivermos com os nossos olhos desviados do Senhor.

O apóstolo Pedro, tendo aprendido a sua lição em várias oportunidades, como quando afundava nas águas por ter temido o tamanho das ondas e a fúria da tempestade, e foi livrado quando clamou por socorro ao Senhor, nos dá o seguinte conselho caso estejamos sofrendo por motivo de quaisquer tribulações: “Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus encomendem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.”, I Pe 4.19. Este “encomendem” do texto significa entregar ao cuidado de Deus.

Veja que ele não diz que devemos entregar os nossos corpos, os nossos problemas ou o que ou quem estiver lhe dando causa, senão à nossa própria alma, ou seja, especialmente a nossa mente, que é uma das faculdades da alma, que é a parte mais atingida nestas ocasiões aflitivas.

Ele nos aconselha a deixarmos a nossa mente sob o cuidado de Deus, para que a paz de Cristo possa nos preservar em perfeita tranquilidade de mente – a sua paz sobrenatural que excede todo o entendimento, Fil 4.7, e que nos é comunicada quando nos exercitamos cotidianamente para sermos achados na seguinte condição, apontada pelo apóstolo:

“Alegrai-vos sempre no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.

Seja a vossa moderação conhecida de todos os homens. Perto está o Senhor.

Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças.

E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.” (Fil 4.4-7).

Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 20/11/2014
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