O Que Crê Não é Julgado para Condenação Eterna - Comentário de João 3.18
Por João Calvino
“Quem nele crê não é julgado; o que não crê já está julgado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.”
“Aquele que crê não é condenado”. Quando Jesus tão frequentemente e tão seriamente repete, que todos os crentes estão fora de perigo de morte, nós podemos inferir a partir disso a grande necessidade da firme e segura confiança, que a consciência não pode ser mantida perpetuamente em estado de tremor e alarme. Ele voltou a declarar que, quando nós cremos, não há condenação remanescente, o que ele explicará depois com mais detalhes no quinto capítulo. O tempo presente - não é condenado - é aqui usado em vez do tempo futuro - não deve ser condenado - de acordo o costume da língua hebraica; pois significa que os crentes são salvos do medo da condenação.
“Mas aquele que não crê já está condenado”. Isto significa que não há nenhum outro remédio pelo qual qualquer ser humano possa escapar da morte; ou, em outras palavras, que, para todos os que rejeitam a vida dada a eles em Cristo, resta senão a morte, uma vez que a vida consiste em nada mais do que em fé. O passado do verbo, já está condenado, (ede kekritai) foi usado por ele enfaticamente (emphatikos), para expressar mais fortemente que todos os incrédulos estão totalmente arruinados. Mas deveria ser observado que Cristo fala especialmente daqueles cuja iniquidade é exibida no desprezo do Evangelho. Pois, embora seja verdade que nunca houve qualquer outro remédio para escapar da morte do que os homens se valerem de Cristo, ainda como Cristo aqui fala da pregação do Evangelho, o qual deveria ser espalhado em todas as partes do mundo, ele dirige seu discurso contra aqueles que deliberada e maliciosamente apagam a luz que Deus acendeu.
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.