Comentário de 2 Tessalonicenses 3.9,10

Por João Calvino

“9. Não porque não tivéssemos autoridade, mas para vos dar em nós mesmos exemplo, para nos imitardes.

10. Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também.”

9. “Não porque não tivéssemos”. Assim como Paulo queria estabelecer um exemplo através do seu trabalho, para que as pessoas ociosas, como parasitas, não comessem o pão de outros, do mesmo modo ele não desejava que isto prejudicasse os ministros da palavra, de modo que as igrejas os defraudassem da sua devida subsistência. Nisto podemos ver a sua singular moderação e humanidade, e quão distante ele estava da ambição daqueles que abusam de seus poderes, infringindo os direitos de seus irmãos. Havia o perigo de que os tessalonicenses, tendo recebido desde o princípio a pregação do evangelho pela boca de Paulo gratuitamente, estabelecessem isto como uma lei para o futuro quanto aos demais ministros; a disposição da humanidade sendo tão mesquinha. Portanto, Paulo previne este perigo, e ensina que ele tinha direito a mais do que havia feito uso, para que outros mantivessem sua liberdade intacta. Ele tinha a intenção de infligir, por este meio, conforme já notei antes, a maior desgraça àqueles que não fazem nada, pois é um argumento do maior para o menor.

10. “Se alguém não quiser trabalhar”. Por estar escrito no Salmo 128.2, “Feliz serás, comendo do trabalho das tuas mãos”, e também em Pv 10:4, “A benção do Senhor está sobre as mãos do que trabalha”, é certo que a indolência e ociosidade são amaldiçoadas por Deus. Ademais, sabemos que o homem foi criado com vistas a que fizesse algo. Não apenas a Escritura nos testifica isto, mas a própria natureza ensinou-o aos pagãos. Por isso é razoável que aqueles que querem se isentar da lei comum sejam também privados de alimento – a recompensa do trabalho. Quando, porém, o Apóstolo mandou que tais pessoas não comessem, ele não quer dizer que dera mandamento a essas pessoas, mas proibira que os tessalonicenses encorajassem a indolência delas fornecendo-lhes comida.

Também se deve observar que existem diferentes formas de trabalho. Pois todo aquele que auxilia a sociedade dos homens através da sua atividade, quer governando sua família, ou administrando negócios públicos ou privados, ou aconselhando, ou ensinando, ou de qualquer outro modo, não deve ser contado entre os ociosos. Pois Paulo censura aqueles vadios preguiçosos que viviam do suor de outros, enquanto não contribuíam com nenhum serviço comum em auxílio à raça humana. Desta sorte são os nossos monges e sacerdotes que são em grande parte mimados, não fazendo nada, exceto cantando nos templos para frustrar o enfado. Isto sim é, como diz Plautus, “viver musicalmente”.

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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 08/09/2014
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