Instruções de Jesus Para

Vigilância

no Tempo do Fim 6

 
João Calvino
 
“Aquele servo, porém, que conheceu a vontade de seu senhor e não se aprontou, nem fez segundo a sua vontade será punido com muitos açoites.” (Lc 12: 47)
 
“Mas aquele servo”.

Há um grande peso nesta afirmação, que é mencionado somente por Lucas, que, na proporção em que qualquer homem consciente e voluntariamente tem prazer em desprezar o Senhor, ele merece uma punição mais severa.

A comparação é feita entre o maior e o menor para este efeito: se a punição não deixará de ser infligida a um servo que erra por meio ignorância, o que será do servo mau e rebelde, que propositalmente, por assim dizer, pisa com os pés a autoridade de seu mestre?

 

Deve ser lembrado, porém, que aqueles que são nomeados para governar a Igreja não erram por ignorância, mas de modo vil e perversamente defraudam seu Mestre do Seu direito.
Ainda, devemos retirar a partir desta passagem uma doutrina geral, que é em vão para os homens se valerem da alegação de ignorância, a fim de serem libertados da condenação, porque se um homem mortal reivindica o direito de exigir dos seus servos que devem seguir e fazer a sua vontade, de modo que nada possa ser feito em sua casa de uma forma negligente ou confusa; quanto maior autoridade pertence ao Filho de Deus, para que os que o servem estejam sinceramente desejosos de serem informados sobre suas instruções, e não seguirem adiante conforme lhes apraz, para agirem em um estado de incerteza, senão depender inteiramente da Sua vontade; especialmente quando ele tem prescrito o que devemos fazer, e sempre nos dando uma resposta graciosa, quando pedimos a Sua direção.

 

É certo, que a nossa ignorância é sempre acompanhada por negligência grave e vergonhosa. Vemos, de fato, que é em vão  recorrer a este subterfúgio, pensando que aquele que agiu errado por ignorância está sem culpa; porque, pelo contrário, o Juiz Celestial declara, que, apesar de tais infratores serem visitados por castigos mais leves, todavia eles não serão totalmente impunes.

E, se até mesmo a ignorância não é desculpada para os homens, quão terrível é a vingança que aguarda transgressores deliberados, que com violência ultrajante provocam a Deus, em oposição aos ditames de sua consciência?

 

Quanto mais abundante, portanto a instrução que todo homem tiver recebido, tanto maior é o fundamento para a punição, se ele não for obediente e submisso; por isso, isto denuncia quão insignificante e sem valor é a desculpa de quem, agora rejeitando a doutrina simples do Evangelho, se esforça para examinar tal obstinação pela ignorância de seus pais; como se a ignorância fosse um escudo adequado para afastar o julgamento de Deus.

Mas, admitindo que faltas cometidas por meio de ignorância deveriam ser perdoadas, seria bastante razoável que o mesmo favor devesse ser estendido para aqueles que pecam voluntariamente, que com malícia deliberada se iram contra Deus.
 

 

 

 

Traduzido e adaptado por Silvio Dutra
 

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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 28/08/2014
Reeditado em 01/12/2023
Código do texto: T4940377
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