Comentário de Colossenses 1.9
Por João Calvino“Por esta razão, também nós, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que transbordeis de pleno conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e entendimento espiritual;” (Colossenses 1.9)
“Por esta razão, nós também”. Como ele já havia mostrado antes seu afeto por eles em suas ações de graças, por isso ele agora o mostra ainda mais na sinceridade de suas orações em favor deles. E, seguramente, quanto mais que a graça de Deus é visível em alguém, devemos na mesma proporção especialmente amá-lo e estimá-lo, e estarmos interessados, pelo seu bem estar. Mas pelo que ele ora em favor dos colossenses? Para que eles possam conhecer a Deus mais plenamente; porque ele indiretamente lhes afirma, que algo ainda está faltando neles, para que ele possa preparar o caminho para lhes transmitir instruções, e se assegurar da sua atenção para uma declaração mais completa da doutrina. Porque aqueles que pensam que já alcançaram tudo o que é digno de ser conhecido, desprezam e desdenham de tudo o mais que lhes é apresentado. Por isso, ele remove dos colossenses uma impressão desta natureza, para que isso não fosse um empecilho no caminho do seu progresso, e fazendo provisão para que o que havia sido iniciado neles recebesse um acabamento adicional. Mas qual é o conhecimento que ele deseja para eles? O conhecimento da vontade divina, pelo qual ele deixa de lado todas as invenções dos homens, e todas as especulações que estão em desacordo com a palavra de Deus. Porque sua vontade não deve ser procurada em qualquer outro lugar, senão em sua palavra.
Ele acrescenta – “em toda a sabedoria”; pela qual ele dá a entender que a vontade de Deus, da qual ele havia feito menção, era a única regra de conhecimento correto. Porque, se alguém está desejoso simplesmente de saber as coisas que aprouve a Deus revelar, este é o homem que sabe com precisão o que é ser verdadeiramente sábio. Se desejamos algo além disso, isto será nada mais do que ser insensato, por não se manter dentro dos devidos limites. Pela palavra συνέσεως – que tenhamos prudência, eu entendo – aquele discernimento que procede da inteligência. Ambos são chamados de espirituais por Paulo, a saber, a sabedoria e a inteligência (ou prudência) porque não são atingidos de qualquer outra forma, senão apenas pela orientação do Espírito Santo.
“Porque o homem natural não percebe as coisas que são de Deus.” (1 Coríntios 2.14).
Enquanto os homens são dirigidos por suas próprias percepções carnais, eles também têm a sua própria sabedoria, mas é de tal natureza que é mera vaidade, por mais que possam se deleitar nisto. Vamos, no entanto, ter em mente, que a única sabedoria que é louvada por Paulo está compreendida na vontade de Deus.
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.
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