Comentário de Filipenses 3.12

 
Por João Calvino
 
“Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus.” (Filipenses 3.12)
 
“Não que eu o tenha já recebido”. Paulo insiste sobre isto, para que ele possa convencer aos filipenses que ele não pensava em nada além de Cristo - nada mais conhecia - não desejava nada mais – não estava ocupado com nenhum outro objeto de meditação. Em conexão com isso, há muito peso no que ele acrescenta agora - que ele próprio, enquanto tinha desistido de todos os tropeços, no entanto, não tinha alcançado o objetivo final, e que, por esse motivo, ele sempre visou e aspirava ansiosamente por algo mais. Quanto mais isto competia aos Filipenses, que ainda estavam muito atrás dele?
É perguntado, no entanto, o que é que Paulo diz que ele ainda não alcançou? Porque inquestionavelmente, tão logo que somos enxertados pela fé no corpo de Cristo, já temos entrado no reino de Deus, e, como se afirma em Efésios 2.6, já estamos, na esperança, assentados nos lugares celestiais. Eu respondo, que a nossa salvação, nesse meio tempo, é na esperança, porque a herança de fato é segura; mas temos  algumas coisas em cuja posse ainda não nos encontramos. Ao mesmo tempo, Paulo aqui olha para outra coisa - o avanço da fé, e aquela mortificação à qual tinha feito menção antes. Ele havia dito que ele visava ansiosamente e aspirava à ressurreição dos mortos pela participação na Cruz de Cristo. Ele acrescenta, que ele ainda não chegou a isso. Em quê? Na consecução de ter comunhão inteira nos sofrimentos de Cristo, tendo um desfrutar completo do poder da sua ressurreição, e conhecê-lo perfeitamente. Ele ensina, portanto, pelo seu próprio exemplo, que devemos fazer progressos, e que o conhecimento de Cristo é uma realização de tal dificuldade, que mesmo aqueles que se aplicam exclusivamente a isso, no entanto, não alcançam a perfeição  nisto, enquanto aqui viverem. Isso, no entanto, não diminui em qualquer grau a autoridade da doutrina de Paulo, na medida em que ele tinha adquirido, o tanto quanto era suficiente para cumprir o ofício que lhe foi designado. Nesse meio tempo, era necessário que ele fizesse progressos, para que o instrutor divinamente equipado com tudo possa ser treinado para a humildade.
“Para o que também fui conquistado por Cristo”. Esta cláusula ele inseriu a título de correção, para que pudesse atribuir todos os seus esforços à graça de Deus. Não é de muita importância a forma como  você  leia, porque em ambos os casos o significado é o mesmo - que Paulo foi conquistado por Cristo, para que pudesse conquistar a Cristo; isto é, que ele não fez nada, exceto sob influência e orientação de Cristo.
 
Traduzido e adaptado por Silvio Dutra.

 
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João Calvino
Enviado por Silvio Dutra Alves em 21/08/2014
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