Nosso Grande Trabalho é Guardar o Coração

 
Guardar o coração é o grande trabalho de um crente porque a vida cristã não pode ser vivida sem isto. E sem guardar o coração todos os deveres são de nenhum valor à vista de Deus.
Muitos serviços esplêndidos foram executados por homens que Deus rejeitará totalmente, porque eles não deram qualquer atenção à necessidade de guardarem seus corações em Deus. Cristo será uma rocha de ofensa na qual muitos mestres da religião irão colidir e se arruinarão eternamente. Estes mestres nunca derramaram uma só lágrima pela dureza, incredulidade e mundanismo de seus corações. Como poderão entrar no céu pela porta larga e pelo caminho espaçoso em que viveram?  Como pessoas com tais corações poderão suportar a vinda do Senhor e estarem de pé diante dEle? Como poderão afirmar ter amado a Cristo se os seus corações nunca estiveram com Ele?
Lembremos que controvérsias infrutíferas iniciadas por Satanás têm o propósito de nos afastar da piedade prática e a confundir nossas cabeças quanto à verdade que devemos viver e praticar.
E este afastamento da piedade será a realidade da vida por mais ativistas que sejamos em nossas Igrejas, porque a carne sempre prevalecerá sobre nossas atitudes exteriores. Por mais duro que possa parecer a afirmação que vamos fazer, ela é a pura expressão da realidade, a saber, que as manifestações de poder e consoladoras do Espírito não são para serem experimentadas ocasionalmente nas nossas reuniões públicas de adoração (cultos), enquanto se abriga no coração ódios, ressentimentos, mágoas, iras, impurezas, ciúmes, invejas, de maneira que tudo isto seja o fruto de uma aplicação diária e constante em se guardar o coração puro de todas estas obras da carne.
O Espírito Santo quer abençoar com paz, com amor, com alegria, longanimidade, unidade, comunhão, mas como poderá fazê-lo num coração que não busca pela Sua ajuda em oração de gemidos inexprimíveis que superam nossas fraquezas e pecados? Mas como o teremos se não o buscamos com toda a força e sinceridade de nossa alma? Por isso é possível alguém acrescentar o seu amém a verdades ouvidas na pregação, enquanto sente um grande fardo em sua alma, que pode até mesmo estar sendo produzido por espíritos opressores. Qual a razão disto senão a de se estar debaixo da pregação sem se buscar um coração puro no Espírito? Que possamos aprender então a conduzir nossas congregações livres deste grande erro de tentar usar o Espírito como uma espécie de pílula para resolver o problema de nossa dor de cabeça, sem remover a sua verdadeira causa, que é um coração que não é governado pela santidade de Deus.
Pessoas podem experimentar bênçãos ocasionais do Espírito sem ter um estado de paz de alma permanente, que tudo vence, tal qual os crentes da Igreja Primitiva, porque andavam na verdade, andavam no Espírito, e buscavam por isto em todos os momentos de suas vidas, e Deus respondia esta fidelidade com paz na tribulação, alegria na adversidade, força na fraqueza, e autoridade para até mesmo serem duramente martirizados, sem que se visse neles qualquer desespero.
É certo que cuidados mundanos e dificuldades podem aumentar grandemente a negligência de nossos corações. As cabeças e corações das multidões estão cheios de uma multidão de barulhos de negócios mundanos que excluiu da vida deles o amor, o zelo, e o prazer que eles tinham em Deus.
Quão miseravelmente somos propensos a nos emaranharmos neste deserto de ninharias! Os brinquedinhos que Satanás apresenta para nosso entretenimento são considerados por muitos adultos em idade avançada como coisas essenciais à vida, quando na verdade, não passam sequer de superfluidades, pois são apenas objetos que têm o objetivo de distrair e afastar nossa atenção de Deus e dos deveres que Ele nos tem incumbido para a nossa felicidade e daqueles que tem colocado debaixo da nossa influência.
E quando nos tornamos imprestáveis para o uso de Deus, para quem mais poderemos ser verdadeiramente úteis nas coisas relativas ao Seu reino?
Quantas oportunidades preciosas perdemos por causa disso? Quantas advertências do Espírito ignoramos voluntariamente?
Com que frequência chamamos a Deus quando nossos pensamentos mundanos nos impediram de ouvi-lO?
Se perdemos nossa visão dEle por causa de nossos muitos cuidados, como esperaremos triunfar sobre todas as tribulações e ataques do inimigo tendo nossos corações guardados na paz e vencendo pela fé a todas as oposições da carne, do diabo e do mundo?
Se guardar o coração é o grande trabalho de todo crente, quantos veremos então prevalecendo realmente com Deus em oração, tendo prazer em estar na Sua presença e servi-lo mesmo que seja em circunstâncias adversas? Quantos serão como os crentes da Igreja Primitiva que tinham prazer em sofrer por amor a Cristo porque eram fortalecidos por Ele na fidelidade deles?
O real prazer espiritual diante de Deus é algo contínuo e cada vez mais crescente. Não é um fardo. Não é uma obrigação desgastante, senão um grande prazer e alegria. Mas quem é que pode experimentar isto? Somente aquele que tem guardado continuamente o seu coração do mal. E não segundo os seus próprios critérios do que considere mal, mas segundo os critérios de Deus revelados em Sua Palavra.  Estes são bem-aventurados porque os tais são os de coração puro conforme afirmado por Jesus no Sermão do Monte. São estes que veem a Deus, tanto neste mundo quanto no mundo por vir, conforme a promessa de Jesus na mesma bem-aventurança. 
Até quando os crentes deixarão que o ciúme, a inveja e o orgulho, estas três serpentes venenosas, sejam abrigados em seus corações para impedimento da unidade, comunhão do corpo de Cristo, e do progresso do Seu reino na terra? Até quando um justo não poderá se regozijar na fidelidade de um outro justo, para não ofender a consciência fraca e carnal, ciumenta e invejosa de um outro crente que não permite ser santificado pelo Espírito, de modo a ser livrado destes sentimentos que não somente não fazem parte do amor, porque ele não é invejoso, ciumento, orgulhoso e egoísta, como também impedem a manifestação do amor na Igreja, sabendo nós, que ela não pode existir e sobreviver sem isto?
Reconciliemo-nos depressa com nossos irmãos antes de virmos entregar nossas ofertas de louvor e adoração no altar de Deus. De outro modo elas não serão recebidas. Não tentemos fazer fácil a vida cristã, ou então desconsiderar a vontade revelada de Deus. Ele não muda e jamais mudará. A Sua bênção está disponível mas há condição para ser recebida. E temos que nos humilhar, renunciar ao nosso ego para fazer a Sua vontade, aí então, teremos atendido as condições de recebê-las. 
Sem esta disposição prática de aplicar-se a obedecer a Deus em tudo que nos tem ordenado, pouco vale ouvir belos sermões, porque não teremos permitido a Deus a transformação de nossas vidas, e é nisto que ele está vivamente interessado. O grande alvo dEle não é tanto o de nos dar conforto e paz, mas aquela condição de coração puro que traz tal conforto e paz. O fim portanto não é a bênção, mas o coração puro que Deus quer produzir em nós e que Lhe é agradável. As bênçãos são como que uma recompensa pela nossa obediência. O fim é a nossa obediência e não a alegria, poder, unção ou seja o que for, que estivermos sentindo. O galardão será dado a quem for fiel. Mas, o grande alvo de Deus não é o galardão senão a nossa fidelidade, pela qual seremos recompensados com o galardão. Não devemos assim errar o alvo, isto é, buscar o galardão em vez da fidelidade. Na verdade, aqueles que não são interesseiros, e que servem a Deus pelo puro prazer de servi-Lo e amá-lo, estes receberão uma maior recompensa, porque não visaram aos bens do Seu Pai, senão ao próprio Pai.
 

 
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Silvio Dutra Alves
Enviado por Silvio Dutra Alves em 01/08/2014
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