O Bom Efeito da Tribulação
Antes de ter sido afligido, Jó era um bom conselheiro, mas depois do seu sofrimento ele seria transformado por Deus não apenas num conselheiro excelente, como também num intercessor poderoso em favor dos que sofrem.
Ele já estava demonstrando as lições que estava aprendendo nestas palavras de grande humildade que lemos no 16º capitulo. Via agora quão fácil é consolar ineficazmente a outros quando não se passou pelas provas que eles estão experimentando.
Quão difícil é o caminho da consolação por mera palavras, porque viu que no seu próprio caso, não seriam palavras que lhe trariam alívio, nem mesmo o fato dele permanecer calado.
Quando somos atribulados em grandes angústias, pela permissão de Deus, do muito que aprenderemos, talvez a lição mais importante seja esta de que consolaremos a outros não com nossas palavras exortativas, mas com o próprio testemunho de que passamos por vales profundos tal como eles, e de que o Senhor não nos desamparou ainda que parecesse estar distante enquanto caminhávamos solitariamente tendo por companhia apenas a nossa própria dor.
É a isto que Paulo se refere em II Cor 1.3-7:
“3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação,
4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação.
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.”
Deus permitiu que Paulo chegasse ao extremo do desespero, conforme afirma no verso 8:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos;”
Todavia, o permitira para que aprendesse que Ele nunca nos desampara, mesmo quando parece que fomos desamparados por Ele, tal como Jó estava se sentindo.
E é isto que temos para compartilhar com outros que estão sofrendo as mesmas tribulações, tal como nós, para que sejam consolados, ao saberem, que por mais demorado que Deus possa parecer, Ele nos livrará de todas as nossas tribulações, conforme nos tem prometido, ainda que seja pela morte física, em paz, se isto estiver no conselho da Sua santa vontade.
Por isso o apóstolo afirma ainda nesta mesma epístola o seguinte:
“9 portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
10 o qual nos livrou de tão horrível morte, e livrará; em quem esperamos que também ainda nos livrará,”
E também em II Cor 4.8-11:
“8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados;
9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos;
11 pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.”
Aí está declarado de forma sucinta o propósito divino nos sofrimentos de Jó, e que ele não podia entender até que a perseverança tivesse a sua obra completa, de maneira que pudesse aprender de Deus, como estava sendo aperfeiçoado para consolar a outros e a interceder por eles, conforme havia feito pelos seus próprios amigos, para que fossem livrados da ira de Deus, conforme vemos no final do seu livro.
Jó estava chegando no ponto que Deus desejava. Até então ele estava lutando vigorosamente contra as palavras injustas de seus amigos.
Mas agora, ele declara que Deus havia conseguido deixá-lo exausto, e que a penúria física havia avançado de tal forma que ele ficou muito magro, e isto testemunhava contra ele, que havia sido enfraquecido pelo Senhor, então não haveria nenhum proveito em querer se mostrar forte, quando o propósito de Deus era justamente o de enfraquecê-lo.
Ele o faz porque enquanto somos fortes por nós mesmos não podemos experimentar o poder da Sua graça, que se mostra forte somente naqueles que são enfraquecidos por Ele de tal forma, de maneira que vejam toda a sua insuficiência, e que confiem somente na suficiência que Ele supre, tal como Paulo havia aprendido e o declara no décimo segundo capitulo de II aos Coríntios.
A ruína veio violentamente sobre Jó quando ele se encontrava num ato de devoção oferecendo sacrifícios a Deus por cada um de seus filhos. Quando ele estava com sua alma descansada e em plena comunhão com o Senhor.
Não foi quando cometeu algum pecado que isto lhe sobreveio, mas quando estava santificado.
Deus o faz geralmente para que não associemos o motivo de nossas aflições a algum castigo por pecados que tenhamos praticado.
Ele o faz para que saibamos que é a hora da disciplina do Espírito. É a hora da provação da fé, para que seja aumentada ainda mais.
O sentimento que temos é o mesmo de Jó, porque da paz espiritual e alegria em que nos encontrávamos somos sobressaltados como que se o Senhor nos agarrasse pelo pescoço e nos quebrantasse, despedaçando-nos e colocando-nos como um tipo de alvo no qual ordenará que os seus flecheiros lancem sobre nós as suas flechas (v. 12, 13).
Além disso, não nos sinaliza com nenhuma palavra consoladora ou de misericórdia. Deixa que pensemos que o quadro se agravará ainda mais, e que não seremos poupados.
E somos quebrantados em nosso espírito com golpe sobre golpe, como quem sofre o ataque da parte de um guerreiro.
O resultado destes ataques é o de que toda exaltação e glória pessoal são reduzidas a pó.
Deixamos de nos ter até mesmo em pouca estima. Nos sentimos como o pano com o qual se limpa o chão. Perdemos a vergonha de chorar publicamente. De admitirmos que somos menos do que nada a nossos próprios olhos.
Pode parecer estranho a muitos esta forma de tratamento usado por Deus. Não parece as ações de um Pai bondoso, senão cruel. No entanto, não há outro modo de sermos livrados de nossa vaidade e endurecimento. Portanto, trata-se da mais elevada exibição da Sua misericórdia e amor para com aqueles aos quais Ele ama.
Todo verdadeiro santo deve estr preparado em seu espírito para receber este tratamento, ao menos num determinado período de sua vida, se aspira de fato crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, e tornar-se alguém do qual se possa dizer o mesmo que o Pai disse de nosso Senhor: “Este é meu filho amado em quem me comprazo.”. Não há outro modo para aprendermos humildade e mansidão, a submissão verdadeira que deve existir em todos aqueles que têm sido tornados semelhantes a Cristo.
É um erro portanto, dizer que as experiências de Jó foram exclusivas para ele, e que configuram uma exceção à regra geral de Deus.
Jó estava aprendendo a chorar somente diante de Deus, porque viu que os nossos amigos na verdade, zombam de nós, em nossas misérias, e que somente Deus pode defender o direito que o justo tem perante Ele (v. 20, 21)
Ele prosseguiria se defendendo das acusações injustas que estava recebendo da parte dos seus amigos, como veremos adiante, mas já não dando muita importância a elas, porque estava aprendendo que não há verdadeiro consolo e sabedoria nos homens, se eles não os recebem diretamente de Deus, por tê-lo aprendido numa experiência real e prática com Ele.
Comentário dos livros do Velho Testamento:
http://livrosbiblia.blogspot.com.br/
Comentário do Novo Testamento:
http://livrono.blogspot.com.br/
Mensagens:
http://retornoevangelho.blogspot.com.br/
Escatologia (tempo do fim):
http://aguardandovj.blogspot.com.br/
Ele já estava demonstrando as lições que estava aprendendo nestas palavras de grande humildade que lemos no 16º capitulo. Via agora quão fácil é consolar ineficazmente a outros quando não se passou pelas provas que eles estão experimentando.
Quão difícil é o caminho da consolação por mera palavras, porque viu que no seu próprio caso, não seriam palavras que lhe trariam alívio, nem mesmo o fato dele permanecer calado.
Quando somos atribulados em grandes angústias, pela permissão de Deus, do muito que aprenderemos, talvez a lição mais importante seja esta de que consolaremos a outros não com nossas palavras exortativas, mas com o próprio testemunho de que passamos por vales profundos tal como eles, e de que o Senhor não nos desamparou ainda que parecesse estar distante enquanto caminhávamos solitariamente tendo por companhia apenas a nossa própria dor.
É a isto que Paulo se refere em II Cor 1.3-7:
“3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação,
4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.
5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação.
6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;
7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.”
Deus permitiu que Paulo chegasse ao extremo do desespero, conforme afirma no verso 8:
“Porque não queremos, irmãos, que ignoreis a tribulação que nos sobreveio na Ásia, pois que fomos sobremaneira oprimidos acima das nossas forças, de modo tal que até da vida desesperamos;”
Todavia, o permitira para que aprendesse que Ele nunca nos desampara, mesmo quando parece que fomos desamparados por Ele, tal como Jó estava se sentindo.
E é isto que temos para compartilhar com outros que estão sofrendo as mesmas tribulações, tal como nós, para que sejam consolados, ao saberem, que por mais demorado que Deus possa parecer, Ele nos livrará de todas as nossas tribulações, conforme nos tem prometido, ainda que seja pela morte física, em paz, se isto estiver no conselho da Sua santa vontade.
Por isso o apóstolo afirma ainda nesta mesma epístola o seguinte:
“9 portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos;
10 o qual nos livrou de tão horrível morte, e livrará; em quem esperamos que também ainda nos livrará,”
E também em II Cor 4.8-11:
“8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desesperados;
9 perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;
10 trazendo sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossos corpos;
11 pois nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por amor de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal.”
Aí está declarado de forma sucinta o propósito divino nos sofrimentos de Jó, e que ele não podia entender até que a perseverança tivesse a sua obra completa, de maneira que pudesse aprender de Deus, como estava sendo aperfeiçoado para consolar a outros e a interceder por eles, conforme havia feito pelos seus próprios amigos, para que fossem livrados da ira de Deus, conforme vemos no final do seu livro.
Jó estava chegando no ponto que Deus desejava. Até então ele estava lutando vigorosamente contra as palavras injustas de seus amigos.
Mas agora, ele declara que Deus havia conseguido deixá-lo exausto, e que a penúria física havia avançado de tal forma que ele ficou muito magro, e isto testemunhava contra ele, que havia sido enfraquecido pelo Senhor, então não haveria nenhum proveito em querer se mostrar forte, quando o propósito de Deus era justamente o de enfraquecê-lo.
Ele o faz porque enquanto somos fortes por nós mesmos não podemos experimentar o poder da Sua graça, que se mostra forte somente naqueles que são enfraquecidos por Ele de tal forma, de maneira que vejam toda a sua insuficiência, e que confiem somente na suficiência que Ele supre, tal como Paulo havia aprendido e o declara no décimo segundo capitulo de II aos Coríntios.
A ruína veio violentamente sobre Jó quando ele se encontrava num ato de devoção oferecendo sacrifícios a Deus por cada um de seus filhos. Quando ele estava com sua alma descansada e em plena comunhão com o Senhor.
Não foi quando cometeu algum pecado que isto lhe sobreveio, mas quando estava santificado.
Deus o faz geralmente para que não associemos o motivo de nossas aflições a algum castigo por pecados que tenhamos praticado.
Ele o faz para que saibamos que é a hora da disciplina do Espírito. É a hora da provação da fé, para que seja aumentada ainda mais.
O sentimento que temos é o mesmo de Jó, porque da paz espiritual e alegria em que nos encontrávamos somos sobressaltados como que se o Senhor nos agarrasse pelo pescoço e nos quebrantasse, despedaçando-nos e colocando-nos como um tipo de alvo no qual ordenará que os seus flecheiros lancem sobre nós as suas flechas (v. 12, 13).
Além disso, não nos sinaliza com nenhuma palavra consoladora ou de misericórdia. Deixa que pensemos que o quadro se agravará ainda mais, e que não seremos poupados.
E somos quebrantados em nosso espírito com golpe sobre golpe, como quem sofre o ataque da parte de um guerreiro.
O resultado destes ataques é o de que toda exaltação e glória pessoal são reduzidas a pó.
Deixamos de nos ter até mesmo em pouca estima. Nos sentimos como o pano com o qual se limpa o chão. Perdemos a vergonha de chorar publicamente. De admitirmos que somos menos do que nada a nossos próprios olhos.
Pode parecer estranho a muitos esta forma de tratamento usado por Deus. Não parece as ações de um Pai bondoso, senão cruel. No entanto, não há outro modo de sermos livrados de nossa vaidade e endurecimento. Portanto, trata-se da mais elevada exibição da Sua misericórdia e amor para com aqueles aos quais Ele ama.
Todo verdadeiro santo deve estr preparado em seu espírito para receber este tratamento, ao menos num determinado período de sua vida, se aspira de fato crescer na graça e no conhecimento de Jesus Cristo, e tornar-se alguém do qual se possa dizer o mesmo que o Pai disse de nosso Senhor: “Este é meu filho amado em quem me comprazo.”. Não há outro modo para aprendermos humildade e mansidão, a submissão verdadeira que deve existir em todos aqueles que têm sido tornados semelhantes a Cristo.
É um erro portanto, dizer que as experiências de Jó foram exclusivas para ele, e que configuram uma exceção à regra geral de Deus.
Jó estava aprendendo a chorar somente diante de Deus, porque viu que os nossos amigos na verdade, zombam de nós, em nossas misérias, e que somente Deus pode defender o direito que o justo tem perante Ele (v. 20, 21)
Ele prosseguiria se defendendo das acusações injustas que estava recebendo da parte dos seus amigos, como veremos adiante, mas já não dando muita importância a elas, porque estava aprendendo que não há verdadeiro consolo e sabedoria nos homens, se eles não os recebem diretamente de Deus, por tê-lo aprendido numa experiência real e prática com Ele.
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