TODOS NÓS SOMOS ESTAGIÁRIOS
 
 
 
                         Esse assunto é extremamente complexo. Quase impossível de se resumir e explicar com clareza e exatidão, mesmo ao sábio mais dotado do dom da palavra.
                         Jesus Cristo que segundo a história da humanidade, os livros sagrados e todos os recursos dos quais dispomos e temos conhecimento, nasceu no ano 0001  (início da era cristã) e morreu no ano 0033.
                         Observando bem, com pequenas diferenças naturais entre povos e nações, várias religiões e seitas, pensadores, filósofos e historiadores, chegamos à conclusão de que mesmo depois de 1.981 anos da crucificação de Jesus Cristo, Ele ainda está presente entre nós, inclusive em alguns cultos tentam materializá-lo.
                         A maioria dos povos acreditam que a vida sempre continua em algum lugar. Se o nosso corpo físico fenece o nosso espírito continua tão vivo quanto sempre foi. Apenas muda o seu estágio. Aliás, na Terra, somos todos estagiários.
                         As igrejas ortodoxas ligadas principalmente ao catolicismo falam da “ressurreição da carne”, sem nenhuma explicação lógica, enquanto o espiritismo acena com a possibilidade da “reencarnação”, o que faz com muita propriedade e supedâneo  nas experiências científicas realizadas em várias partes do mundo.
                         Alguns seguimentos evangélicos afirmam nos seus cultos que Jesus voltou ou que Jesus voltará para nos buscar e para nos salvar evocando o Seu Espírito em público, quando alguns pastores e dirigentes se dizem sintonizados com o Altíssimo.
                         O espiritismo mais uma vez com sabedoria e consciência, igualmente fundado em experiência cientificamente idônea e de forma irrefutável nos mostra sim essa possibilidade, porém através da mediunidade de incorporação.
                         Mas até onde nós sabemos e podemos conferir na prática, não houve nenhum caso em que Jesus se fez presente. Não acredito que aqui na Terra exista um ser humano comum tão iluminado e desprendido das coisas materiais com tamanho privilégio.
                         Isso seria como se o mais vil dos criminosos condenado a dezena de anos e preso, sem mais, nem menos  tivesse a permissão de sair da sua cela e ir ao Vaticano, se dirigir ao papa sem que os seguranças o admoestassem, tranquilamente o abraçasse e sem restrições com o mesmo  trocasse confidências sem ao menos ter sido antecipadamente orientado e preparado para essa ocasião tão especial e única.
                          Claro que tudo pode mudar. Um homem rústico, bruto por natureza, facínora desalmado consegue ao longo dos anos modificar-se, inclusive redimir os seus erros. Porém, para muitos dos seus irmãos, principalmente as suas vítimas, o seu passado sempre estará registrado nas suas mentes.
                         As coisas se renovam para o nosso próprio bem. A cada trezentos e sessenta e cinco dias começa um novo ano. Os parreirais produzem seus frutos uma vez por ano. Toda planta, sem exceção tem seu ciclo de vida, de tal forma que suas folhagens e seus frutos vão renascendo e se renovando naturalmente.
                         Chegamos onde eu pretendia chegar. Por isso deixo no ar a mesma pergunta que há quase sessenta anos eu faço, com palavras e formas bem diferentes:
                         Será que não é chegado o momento da gente renovar-se? Reciclar nossos atos; Perdoar mais; Pedir desculpas sinceras com o coração; Reparar os nossos equívocos; orar e vigiar mais; E enfim, amar a Deus sobre todas as coisas, respeitando-O diuturnamente?
                         Penso comigo ser esse o melhor caminho e a melhor direção a seguir. Vamos que vamos.