Na dúvida...
Pode ser que as trevas interiores e a nuvem do não saber afirmem que as luzes de fora são mais brilhantes que as de dentro.
Pode ser que os olhos embaçados, pelas lágrimas do choro de uma noite, apaguem a alegria vivenciada por toda uma vida. Pode ser que a sujeira do vidro da janela, que se abre para a rua, diga que o jardim do vizinho é mais florido; que sua grama é mais verde e que há mais beleza lá do que cá.
E, de fato, tudo isso pode ser verdade...
Contudo, não se pode desfalecer sem lutar.
O alvo da esperança somente se alcança com perseverança.
É preciso voltar à fonte originária e perceber que de lá a água que brota é sempre pura e cristalina.
É preciso enxugar os olhos; limpar as vidraças; espalhar a fumaça; voltar-se para a luz interior.
É preciso soprar as cinzas que insistem em se acumular sobre a brasa sufocando o calor da chama primeira.
Diante da escuridão e da indecisão é preciso voltar ao primeiro amor, àquela força cativante; e jamais perder de vista o seu ponto de partida.